Infertilidade masculina: conheça causas, sintomas e como tratar

A infertilidade masculina é uma condição que impede o homem de engravidar a parceira naturalmente, mesmo após 12 meses de tentativas. Saiba como tratar.

A infertilidade masculina é um tema delicado. Seja pela impossibilidade de realizar um sonho, pela pressão social de gerar um herdeiro ou pelo sentimento de ser “menos viril”, receber esse diagnóstico é desafiador.

O homem que está passando por esse momento precisa ter em mente que a infertilidade pode ser temporária, a depender das causas. Porém, há casos em que ele não poderá ter filhos, e pode ser parte do processo considerar alternativas para ser pai.

Causas da infertilidade masculina

A infertilidade masculina é uma condição complexa e influenciada por um ou mais fatores físicos, ambientais e até mesmo emocionais. Confira:

Alterações hormonais

Os desequilíbrios hormonais, principalmente níveis baixos de testosterona, podem levar a uma diminuição na produção de espermatozoides ou até mesmo cessar essa produção.

A disfunção hipotalâmica-hipofisária também é preocupante. Ela afeta a produção adequada dos hormônios necessários para o funcionamento do sistema reprodutivo masculino, como o hormônio luteinizante (LH) e do hormônio folículo-estimulante (FSH), que são essenciais para estimular a produção de testosterona e o processo de formação e desenvolvimento de espermatozoides nos testículos.

Câncer

Os tratamentos para a maioria dos tipos de  câncer não costuma ter como prioridade preservar a fertilidade, que fica temporária ou permanentemente comprometida.

Quimioterapia, radioterapia, cirurgia ou terapia hormonal podem resultar em dano aos testículos, queda na produção de espermatozoides ou interrupção da produção espermática. Eles também podem afetar as glândulas responsáveis pela produção de hormônios sexuais, como a hipófise e os testículos.

Criptorquidia

Assim como no caso da varicocele, a criptorquidia também gera um aumento de temperatura da região escrotal, prejudicando o desenvolvimento dos espermatozoides.

No entanto, a condição, também chamada de “testículos não descidos”, acontece quando há ausência de um ou dois testículos no saco escrotal, uma alteração congênita. Na maioria das vezes, ela é resolvida até o primeiro ano de idade, mas, se não for tratada, pode impossibilitar as chances de concepção.

Disfunção erétil

Ao dificultar ou impedir a ejaculação durante a penetração, a disfunção erétil inviabiliza a gestação.

Se o homem não consegue ejacular dentro da parceira para que os espermatozoides alcancem as tubas uterinas do sistema reprodutor feminino para fertilizar o óvulo, a concepção é inviabilizada.

Idade avançada

O avanço da idade é um fator de risco para a infertilidade masculina, pois ela naturalmente leva a uma diminuição no número de espermatozoides e na qualidade do esperma, além de aumentar as chances de problemas genéticos nos espermatozoides.

Homens com mais de 40 anos são, ainda, mais propensos à disfunção erétil, que dificulta ou impossibilita a penetração.

ISTs

Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) como clamídia e gonorreia, que, entre os sintomas, inflamam os testículos e os ductos deferentes, gera consequências para a fertilidade, desde redução do número de espermatozoides a obstrução do caminho para que eles saiam pela ponta do pênis.

Já ISTs como herpes e HPV, que causam lesões nos órgãos genitais, afetam a produção e a qualidade dos espermatozoides.

Medicamentos

O uso de certos medicamentos podem interferir na produção de espermatozoides, prejudicando sua qualidade ou afetando a função hormonal. Alguns exemplos são:

  • Anti-hipertensivos
  • Esteroides anabolizantes
  • Medicamentos para quimioterapia
  • Medicamentos para úlcera

Os danos podem ser temporários e solucionados com a suspensão da medicação ou permanentes.

Orquite

A orquite é uma infecção nos testículos que pode deixar um homem infértil devido aos danos provocados nos tecidos testiculares e à reduzição da produção de espermatozoides.

A infecção inflama os ductos deferentes, que transportam os espermatozoides dos testículos para fora do corpo durante a ejaculação. Se não for tratado, esse funcionamento fica comprometido e, consequentemente, a fertilidade também.

Problemas genéticos

Existem alguns problemas genéticos que podem causar infertilidade masculina, como:

  • Síndrome de Klinefelter, que diminui a produção de testosterona
  • Microdeleção do cromossomo Y, que pode causar falha na produção de espermatozoides
  • Fibrose cística, que pode bloquear os ductos deferentes, que transportam os espermatozoides pelo sistema reprodutor
  • Doença de Cushing, que gera disfunção testicular

Tabagismo

Não apenas fumar, mas também outros hábitos pouco saudáveis, como se alimentar mal, ser sedentário e consumir álcool em excesso, podem contribuir para a infertilidade masculina.

Esses fatores podem danificar os vasos sanguíneos que irrigam os testículos e afetar a produção das células reprodutivas. Jás as toxinas podem danificar o DNA dos espermatozoides. Além disso, essa combinação leva a desequilíbrios hormonais que reduzem a quantidade e qualidade de espermatozoides.

Uso de anabolizantes

O uso de anabolizantes tende a suprimir a produção natural de testosterona pelo organismo. Isso pode fazer com que a contagem de espermatozoides diminua, assim como a qualidade do esperma.

Se o uso for prolongado, equilíbrio hormonal natural será interrompido, o que vai afetar a função dos testículos e, consequentemente, a produção de espermatozoides, resultando em infertilidade temporária ou permanente, dependendo do tempo e frequência do uso dos anabolizantes.

Varicocele

Varicocele é uma dilatação anormal das veias dentro do escroto. Como consequência, ocorre um aumento na temperatura local, o que prejudica a produção de espermatozoides e afeta sua qualidade.

A condição pode levar à infertilidade masculina justamente devido a essa diminuição na quantidade e na qualidade das células reprodutivas.

Quais são os sintomas de infertilidade em homens?

O principal sintoma que pode indicar infertilidade masculina é a falta de sucesso para engravidar a parceira após um ano de tentativas regulares.

Porém, é possível perceber antes disso, principalmente se o homem estiver atento à sua saúde.

Sintomas como disfunção erétil, ejaculação precoce ou retardada, dor, inchaço ou desconforto nos testículos, mudança na aparência do escroto, diminuição da libido e alterações hormonais devem ser investigados como possíveis origens da infertilidade.

Além disso, é essencial conferir o histórico médico e familiar do homem.

Fatores de risco

São fatores de risco, ou seja, aqueles que podem aumentar as chances do homem apresentar infertilidade:

  • Idade avançada
  • Tabagismo
  • Consumo de álcool em excesso
  • Uso de drogas ilícitas e certos medicamentos
  • Obesidade
  • Exposição a produtos químicos tóxicos
  • Exposição à radiação
  • ISTs
  • Cirurgia nos testículos
  • Lesões nos testículos
  • Condições médicas subjacentes (diabetes, hipertensão arterial, distúrbios hormonais ou genéticos)

Exames para diagnóstico da infertilidade

Exames para verificar como está a fertilidade do homem e comprovar ou não se ele está ou é infértil são de grande importância para casais que tentam ter filhos.

Os exames podem ser solicitados por um urologista ou por um médico especialista em reprodução assistida. Eles podem acompanhar a jornada do casal e ajudar caso a suspeita de infertilidade se confirme.

Para isso, o homem terá que fazer alguns exames como:

  • Espermograma: a partir da coleta de uma amostra de sêmen, é possível analisar a quantidade, qualidade e mobilidade dos espermatozoides
  • Testes hormonais: eles medem os níveis de hormônios relevantes para a produção de espermatozoides, como testosterona, LH e FSH
  • Teste de fragmentação do DNA espermático: verifica a integridade do material genético dos espermatozoides a partir de uma amostra de sêmen
  • Exame de imagem: uma ultrassonografia é indicada para avaliar a presença de varicocele, tumores testiculares ou outras anormalidades nos órgãos reprodutivos masculinos

Tratamentos indicados pós-diagnóstico

Para tratar a infertilidade masculina, é preciso identificar a causa do problema.

Casos mais simples, que envolvem desequilíbrios hormonais, podem ser tratados com medicamentos  prescritos pelo médico. Eles vão ajudar a restaurar os níveis hormonais adequados para que a produção e a qualidade dos espermatozoides melhorem.

A varicocele, criptorquidia ou obstruções nos ductos deferentes, podem precisar de cirurgias. As diferentes cirurgias vão solucionar o problema e, consequentemente, restabelecer a temperatura e a função dos testículos e ductos. Isso tende a tratar a infertilidade masculina.

Quando outras opções de tratamento não são bem-sucedidas, existem modernas técnicas de reprodução assistida (TRA). A inseminação intrauterina, fertilização in vitro e a injeção intracitoplasmática de espermatozoides são algumas delas, e podem beneficiar casais cujo parceiro apresenta baixa contagem de espermatozoides, baixa motilidade ou anormalidades morfológicas.

O armazenamento de espermatozoides tem sido outra alternativa moderna para a fertilidade do homem. Aqueles que vão passar por um tratamento agressivo de câncer ou que desejam ter herdeiros tardiamente podem procidenciar a preservação dessas células em clínicas especializadas.

Vale lembrar que, em muitos casos, simplesmente melhorar hábitos de vida, como parar de fumar, reduzir o consumo de álcool, adotar uma dieta saudável e praticar exercícios físicos regularmente, pode ajudar a melhorar a fertilidade masculina.

Adotar esses cuidados também contribui para afastar os fatores de risco e assegurar a fertilidade por mais tempo.

Realizar exames médicos regulares e estar atento aos sintomas é essencial para identificar e tratar precocemente condições médicas que impactam negativamente a fertilidade masculina. Conte com nossa ajuda para a manutenção da sua saúde reprodutiva e sexual.

Dr. Paulo Egydio

Médico PhD em Urologia pela USP, CRM 67482-SP, RQE 19514, Autor dos Princípios Geométricos (conhecido como “Técnica de Egydio”), além de outros artigos e livros cientifícos na área. Professor convidado para ministrar aulas e cirurgias ao vido, em congressos no Brasil e Exterior.

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