Disfunção erétil medicamentosa: o que é e quais os métodos de tratamento

A ingestão de antidepressivos, ansiolíticos e até os remédios para o tratamento de câncer podem provocar disfunção erétil por medicamento. Entenda o caso e como ele pode ser tratado.

Você acha que pode ter problemas de disfunção erétil medicamentosa? A disfunção erétil é um problema de ordem fisiológica e sexual que atinge pelo menos 30% da população masculina brasileira, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

As causas mais comuns estão relacionadas a distúrbios hormonais, como a andropausa, problemas vasculares e neurológicos ou ainda a própria Doença de Peyronie. O que pode ser mais incomum é que algumas substâncias presentes em medicamentos provocam efeitos colaterais que causam a disfunção sexual.

Este último caso é conhecido como disfunção erétil medicamentosa, caso vamos tratar mais a fundo agora. Entenda quais são e como esses medicamentos originam a disfunção erétil e quais os tratamentos adequados para essa situação.

O que é a disfunção erétil medicamentosa?

A disfunção erétil é um problema mais comum do que pode parecer. Por acometer ao menos 30% da população masculina brasileira, significa que em média 15 milhões de homens sofrem com esse diagnóstico.

A disfunção erétil propriamente é sobre a capacidade de ereção masculina: se o homem consegue produzi-la e mantê-la durante o tempo necessário.

Homem tomando remédio que pode causar disfunção erétil medicamentosa como efeito colateral
Em média, 15 milhões de brasileiros sofrem com a disfunção erétil por medicamento

Acompanhada dessa descrição, o homem também pode apresentar ritmo anormal de ejaculação ou até mesmo a falta de ejaculação e dor durante o sexo. Esses são os principais indícios de que há algo de errado com seu amigo.

Quando os princípios ativos de medicamentos são os provocadores do problema, classificamos como uma disfunção erétil medicamentosa.

Veja também: Conheça as três linhas de tratamento da disfunção erétil

Tipos de Disfunção Erétil

A classificação medicamentosa tem a ver com a origem do problema. A disfunção de ereção pode ser classificada em três tipos, de acordo com as causas da situação:

  • Orgânica: relacionada ao funcionamento do organismo, como o corpo responde ou deveria responder de forma fisiológica aos estímulos. Nesse caso se aplicam disfunções causadas por problemas arteriais, por exemplo;
  • Psicogênica: relacionada à saúde mental do homem, como o lado emocional está respondendo aos fatores externos. Ansiedade, depressão e traços de personalidade como timidez e pessimismo podem causar dificuldades de ereção;
  • Mista: quando o problema está ligado aos dois tipos de fatores, tanto físicos como emocionais.

Veja como resolver o problema: Gel para disfunção erétil funciona?

Como os medicamentos podem causar disfunção erétil?

Não apenas os medicamentos, mas tudo que ingerimos ao longo do dia provoca uma consequência para nosso corpo, influenciando na liberação hormonal, aumento ou diminuição da pressão arterial e de como ocorrerá a circulação de sangue e oxigênio corporal.

Isso significa que os alimentos e bebidas que consumimos vão moldando o corpo e a saúde física de cada indivíduo. A questão com os remédios é que eles cumprem funções específicas e mais diretas em algumas regiões do corpo.

Sistema nervoso

As alterações do sistema nervoso costumam ser provocadas por medicamentos antidepressivos, por exemplo, que precisam alterar os neurotransmissores, impactando positivamente nas reações bioquímicas relacionadas às emoções.

Essas alterações geralmente estão acompanhadas de redução de libido e interesse sexual pois há uma mudança nos níveis de liberação hormonal que antes estavam igualmente distribuídos no organismo.

Sistema cardiovascular

A produção de ereção é basicamente sobre o bombeamento de sangue e oxigênio em direção aos corpos cavernosos penianos. Por isso, o funcionamento correto do sistema cardiovascular é fundamental para produção de ereções saudáveis.

Medicamentos para hipertensão são um dos principais causadores de disfunção erétil porque interferem no nível da pressão arterial. Essa intervenção consequentemente reduz os níveis de pressão sanguínea, o que atrapalha no bombeamento de sangue necessário para que o pênis fique rígido verticalmente.

Quais medicamentos podem causar disfunção erétil medicamentosa?

Ansiolíticos, Antidepressivos e Antipsicóticos

Como explicamos acima, algumas alterações no sistema nervoso podem significar uma mudança chave para os neurotransmissores e hormônios relacionados ao prazer e estímulo sexual. 

Ativos como o diazepam (Valium), o clonazepam (Rivotril), e lexotan e o xanax, são substâncias inibidoras de libido e desejo sexual e podem interferir no momento de produzir ou manter a ereção.

Anti-hipertensivos 

Medicamentos para diminuir a pressão arterial alteram os níveis de circulação sanguínea e podem interferir nas ereções. Se há menos sangue sendo direcionado para o pênis, os corpos cavernosos não ficam irrigados e não é possível sustentar a rigidez do membro.

Anti-androgênios: tratamento para câncer de próstata

Medicamentos para tratar o câncer de próstata alteram os níveis de produção hormonal dos homens e a redução da testosterona altera a conexão entre estímulos físicos e psicológicos. O resultado é a dificuldade na hora de deixar o membro ereto ou de mantê-lo rígido por muito tempo durante a penetração.

Esse tipo de medicamento auxilia no controle do câncer na próstata, mas acaba por interferir em outros aspectos da saúde masculina.

Como tratar a disfunção erétil causada pela ingestão de medicamentos?

Em primeiro lugar, é fundamental que seu caso seja avaliado por um médico especialista para garantir que o diagnóstico do seu caso seja correto.

Um médico urologista poderá avaliar e identificar melhor as causas do seu problema e oferecer as melhores alternativas de acordo com sua situação.

Quando a disfunção erétil é provocada por medicamentos, o médico pode analisar se a dosagem do medicamento pode ser alterada ou se até mesmo a substância ativa pode ser substituída por outra que cause menos impacto na vida sexual.

Em casos mais graves, o implante de prótese peniana pode ser uma excelente alternativa, para evitar que o paciente fique sem os remédios que são necessários e não perca o desempenho sexual na hora H.

Tem alguma dúvida sobre o tema? Então, não deixe de fazer uma pré-análise sem custo!

Dr. Paulo Egydio

Médico PhD em Urologia pela USP, CRM 67482-SP, RQE 19514, Autor dos Princípios Geométricos (conhecido como “Técnica de Egydio”), além de outros artigos e livros cientifícos na área. Professor convidado para ministrar aulas e cirurgias ao vido, em congressos no Brasil e Exterior.

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