Masturbação compulsiva faz mal? Descubra o que é e como controlar

A masturbação compulsiva pode ter fatores físicos envolvidos, mas os psicológicos e sociais são mais frequentes. O hábito é um escapismo da ansiedade, estresse, solidão e depressão.

Masturbar-se é um ato natural e saudável que traz diversos benefícios para o corpo e a mente. No entanto, quando praticada de forma excessiva, a masturbação pode ter um efeito reverso.

Enquanto que uma relação saudável com esse ato ajuda a aliviar o estresse, promover o relaxamento muscular, melhorar o humor e explorar a sexualidade, a masturbação excessiva, por outro lado, passa a prejudicar as atividades diárias, os relacionamentos e a vida sexual.

Quando o comportamento ocorre com muita frequência e de forma descontrolada, temos um quadro de masturbação compulsiva, e ele precisa de auxílio especializado.

Como saber se estou viciado?

A diferença entre masturbação saudável e masturbação compulsiva está na frequência, controle e impactos na vida do homem.

A masturbação que ocorre com frequência moderada, de forma a não interferir nas atividades cotidianas ou nas relações sociais, é considerada saudável.

Se houver uma necessidade intensa e frequente de se masturbar, muitas vezes ao dia, deixando outras atividades de lado, pode se tratar de um caso de compulsão.

Quando o homem consegue conter seus impulsos e escolher quando, onde e como se masturbar, não há motivos para preocupação. Agora, se não é possível resistir à vontade, colocando-se em situações arriscadas para se satisfazer, é preciso de um olhar mais atento para o quadro.

Além disso, a masturbação saudável geralmente não interfere negativamente na vida do homem. A masturbação compulsiva, sim, e pode trazer impactos em todos os aspectos: familiar, amoroso, amizades, trabalho, estudos, saúde e emocional.

Fundo preto e mãos de homem branco lado a lado com dedos levemente separados com as palmas viradas para frente simbolizando a masturbação compulsiva

Sinais e sintomas atrelados à masturbação compulsiva

A masturbação compulsiva afeta a saúde física, mental, emocional e sexual, gerando sintomas como:

Insônia

Embora a masturbação seja uma forma de relaxamento, quando praticada compulsivamente, pode contribuir para distúrbios do sono.

A masturbação compulsiva pode interferir nos padrões de sono devido à estimulação sexual excessiva. Além disso, os sentimentos negativos associados ao comportamento dificultam o sono.

Agressividade

A masturbação compulsiva pode estar relacionada à agressividade como uma forma de escapismo, alívio temporário ou falta de controle emocional.

Em alguns casos, a culpa e vergonha após a prática também pode alimentar a agressividade.

Falta a compromissos sociais

O tempo dedicado à masturbação e o isolamento voluntário necessário para o ato podem fazer com que o homem deixe de participar de compromissos sociais. Em casos extremos, ele deixa de comparecer até mesmo a atividades importantes, como reuniões de trabalho.

Ao evitar eventos sociais, encontros ou compromissos para se masturbar, ele prejudica suas conexões e sua vida social.

Diminuição da sensação de prazer durante o sexo

O vício em masturbação pode levar a uma dessensibilização dos receptores de prazer. Isso quer dizer que, na hora do sexo, o homem pode sentir menos prazer.

Esse fenômeno ocorre porque o cérebro se adapta à estimulação característica da masturbação, tornando mais difícil alcançar a mesma satisfação com a(o) parceira(o).

Perda da sensibilidade do pênis

A masturbação em excesso pode resultar em uma diminuição da sensibilidade peniana durante o sexo. Se isso acontecer, o homem precisará de uma estimulação mais intensa para alcançar o orgasmo e que, muitas vezes, só conseguirá ser alcançada com mais estímulo manual.

Exaustão sexual

Devido à prática excessiva e repetitiva, a masturbação compulsiva tende a causar exaustão sexual.

A exaustão sexual pode se manifestar em cansaço físico e emocional, além da diminuição do desejo sexual e da satisfação na hora H.

Dificuldade de alcançar o orgasmo

A prática da masturbação compulsiva pode levar à dificuldade para atingir o orgasmo devido à diminuição da sensibilidade dos receptores de prazer.

Isso quer dizer que o corpo se acostuma com estímulos sexuais excessivos, dificultando o alcance do orgasmo em uma relação que envolve outra pessoa.

Masturbação excessiva pode causar disfunção erétil ou curvaturas no pênis?

A masturbação compulsiva não é diretamente associada a casos de disfunção erétil ou curvaturas no pênis.

Porém, vale lembrar que certos movimentos realizados durante o ato podem favorecer lesões nos tecidos penianos, e, quanto mais frequentes, mais chances de ocorrer uma fibrose – ela sim responsável pela Doença de Peyronie, que pode causar disfunção erétil e curvatura peniana.

Portanto, ao se masturbar:

  • Evite pressão excessiva no pênis
  • Evite colocar o pênis ereto para o lado
  • Evite que o pênis se choque com superfícies rígidas
  • Use lubrificante

Além disso, a disfunção erétil pode ter causa psicológica. Quando o homem apresenta sintomas de masturbação excessiva, ele pode estar passando por um momento desafiador, com impactos em sua vida sexual, o que favorece a dificuldade de ter ou manter uma ereção rígida.

Existe uma frequência adequada de masturbação para homens?

Não há uma frequência adequada para se masturbar, mas alguns estudos nos dão algumas pistas da média pelo mundo.

A Pesquisa Nacional de Saúde e Comportamento Sexual, conduzida pelo Instituto Kinsey da Universidade de Indiana, de 2010, feita com 5.865 entrevistados com idades entre 14 e 94 anos, mostrou que pessoas de todas as idades se masturbavam.

25% dos homens entre 18 e 59 anos se masturbava algumas vezes por mês ou por semana, 20% de duas a três vezes por semana e menos de 20% se masturbavam mais de quatro vezes por semana. Homens mais velhos eram mais propensos a não se masturbar.

Entre os brasileiros, uma pesquisa do site Sexlog identificou que 44% das pessoas se masturbam entre uma a três vezes por semana,  25,2% praticam o ato de quatro a seis vezes por semana, e 19%, sete ou mais vezes. Por outro lado, 11,8% dos entrevistados afirmam não se masturbar.

Outro dado interessante, extraído de pesquisa da Universidade de Harvard, aponta que a masturbação pode ajudar a diminuir as chances de desenvolver câncer de próstata.

Os pesquisadores sugerem que quem ejacula 21 vezes ou mais ao mês (seja com a masturbação ou com parceiros) pode reduzir em 33% o risco de ter a doença.

Quando buscar ajuda

É recomendado buscar ajuda quando a masturbação compulsiva estiver atrapalhando a sua vida.

Se você sentir que não consegue controlar o impulso de se masturbar, se a quantidade de vezes que você se masturba tem aumentado, se a masturbação está acompanhada de sentimentos negativos e/ou se os demais aspectos da sua vida estão sendo prejudicados por esse vício, é muito importante procurar orientação médica.

Um profissional que cuida da saúde mental, como psicólogos ou psiquiatras e sexual, como sexólogos ou urologistas, são os mais indicados para te ajudar.

Tipos de tratamento

O tipo de tratamento para a masturbação compulsiva varia. Primeiro, é preciso identificar as causas desse vício para, só depois, desenvolver um plano de tratamento personalizado.

De forma geral, os tratamentos incluem terapia cognitivo-comportamental, aconselhamento individual ou em grupo e, quando necessário, medicação.

Além disso, um urologista pode te auxiliar a lidar com sintomas físicos que impactam sua vida sexual, como a disfunção erétil e a curvatura peniana.

A masturbação compulsiva pode ser tratada com sucesso e a prática voltar a ser parte de uma vida sexual saudável e de qualidade. Preste atenção aos seus hábitos quanto à masturbação e, se precisar, conte com a nossa ajuda.

Dr. Paulo Egydio

Médico PhD em Urologia pela USP, CRM 67482-SP, RQE 19514, Autor dos Princípios Geométricos (conhecido como “Técnica de Egydio”), além de outros artigos e livros cientifícos na área. Professor convidado para ministrar aulas e cirurgias ao vido, em congressos no Brasil e Exterior.

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