Doença de Peyronie e sexualidade até podem parecer incompatíveis, mas elas podem conviver em harmonia, mesmo antes de um tratamento. Porém, quando a curvatura impacta na hora H, é preciso tomar uma atitude.
O Peyronie afeta não apenas a anatomia, mas também pode atrapalhar a qualidade de vida sexual dos homens, e isso pode ser uma questão sensível e desafiadora de enfrentar.
Ao compreender que, apesar das mudanças, ainda é possível vivenciar a sexualidade e ter prazer, o homem poderá lidar com a condição de uma forma muito mais leve. Além disso, saber que a Doença de Peyronie pode ser tratada também vai ajudar a lidar com os desafios.
O Dr. Paulo Egydio e a sexóloga Lu Cabral explicam como esse caminho pode ser traçado pelo paciente.
O que é a Doença de Peyronie?
A Doença de Peyronie é uma condição desenvolvida ao longo da vida que afeta o pênis.
Casos assim acontecem porque um tecido cicatricial fibroso se formou no interior do pênis, como uma resposta inflamatória a traumas e microtraumas penianos. Fatores genéticos, lesões penianas e algumas condições de saúde podem contribuir para o quadro.
Homens com Peyronie apresentam deformidades no membro, como curvatura, afinamento e perda de tamanho. Outros sintomas são a disfunção erétil, dores durante a ereção e dificuldade para penetrar a(o) parceira(o).
Há um impacto psicológico da Doença de Peyronie, pois as alterações na anatomia do pênis podem levar a homem a viver preocupações que reduzem a satisfação na hora H.
O diagnóstico e o tratamento adequado, feito por urologistas e sexólogos, permitem que Doença de Peyronie e sexualidade sejam bem administrados e que o paciente retome uma vida sexual de qualidade.
É possível evitar Doença de Peyronie?
Existem algumas medidas que os homens podem adotar para reduzir o risco de lesões no pênis, que levam a desenvolver a Doença de Peyronie, como:
- Evitar posições em que o homem não está no controle
- Evitar posições em que o eixo vaginal não está favorável ao pênis
- Jamais forçar o pênis ereto
- Caprichar na lubrificação – inclusive durante a masturbação
- Evitar trauma peniano
- Evitar dormir de bruços
- Evitar cuecas e roupas muito justas
Manter uma boa saúde geral e hábitos de vida saudáveis também são importantes atitudes para evitar problemas com Doença de Peyronie e sexualidade.
Uso de lubrificantes no ato sexual ou na masturbação
O lubrificante pode fazer com que você tenha uma melhor experiência sexual, uma vez que reduz o atrito e torna a atividade mais prazerosa.
Ele facilita – e muito – a penetração, seja vaginal ou anal, e ainda previne lesões, tanto no homem quanto nas mulheres.
Entretanto, ele também pode ajudar na masturbação. Em uma enquete realizada no consultório do Dr. Paulo Egydio, o urologista descobriu que a maioria dos homens não lubrifica o pênis na hora de se masturbar, e isso seria muito benéfico para evitar os microtraumas penianos nessa situação.
Há uma ampla variedade de lubrificantes disponíveis no mercado para você explorar. As versões à base de água são indicadas para todos os homens.
Doença de Peyronie e sexualidade masculina: impactos
Por causar deformidades no pênis, dores e/ou disfunção erétil, a Doença de Peyronie e sexualidade costumam ter impactos psicológicos que prejudicam a autoestima, a confiança e a vida sexual dos homens.
Isso pode acontecer porque a sexualidade masculina está muito ligada à penetração.
Na verdade, existem muitas opções para o homem sentir prazer mediante estímulos sexuais, e a penetração é apenas uma delas.
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Aumentar o repertório sexual é fundamental para ter satisfação enquanto se atravessa a Doença de Peyronie.
Por exemplo, beijos podem ser ótimos estímulos para a hora H, mas os casais vão perdendo esse hábito ao longo do relacionamento. Alguns artigos apontam que, após dois ano e meio de relacionamento, os beijos não duram mais do que cinco segundos.
Ao mudar a maneira de encarar o sexo, o homem passa a responder de uma outra forma aos estímulos, garantindo o prazer ao casal.
Masculinidade frágil
Embora a penetração esteja muito associada à masculinidade e virilidade, ela costuma ser usada apenas para finalizar a relação sexual.
Estudos mostram que, após a penetração, o tempo de resposta até o orgasmo varia de 5 a 6 minutos, desde que não haja uma mudança de posição ou ações para retardar esse momento.
Nesse sentido, explorar as possibilidades que a hora H proporciona é ainda mais excitante.
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Retornar para os beijos e carícias, a fim de gerar mais desejo e de estimular a lubrificação, são boas táticas para a boa convivência de Doença de Peyronie e sexualidade, construindo momentos melhores mesmo para os homens que estão passando pelo problema.
Cuidar da saúde íntima masculina e repensar a sexualidade são atitudes essenciais para evitar e/ou lidar com Doença de Peyronie e seus impactos na vida sexual. Para saber mais, não deixe de buscar orientações com profissionais confiáveis. Fale conosco!