Ejaculação retrógrada é um tema pouco discutido, mas muito importante no campo da saúde masculina, pois traz prejuízos para a fertilidade.
Essa disfunção ejaculatória merece a devida atenção. Felizmente, muitos casos de ejaculação retrógrada podem ser tratados com sucesso, e é essencial buscar auxílio médico para um diagnóstico preciso e o devido acompanhamento.
Continue a leitura para descobrir mais sobre esse tipo de ejaculação, e, se você se identificar com os sintomas, consulte um urologista!
O que é ejaculação retrógrada?
A ejaculação retrógrada é uma condição em que o esperma não é expelido para fora do pênis. Ao invés disso, ele sobe em direção à bexiga.
Esse percurso acontece quando, por alguma razão, o esfíncter, que separa a bexiga da uretra e que deveria fechar o órgão ao ejacular, não funciona corretamente.
Quando a ejaculação ocorre de forma adequada e o fluído sai pela ponta do pênis, a ejaculação é do tipo anterógrada. Já a anejaculação é outro distúrbio, caracterizado pela impossibilidade de liberar sêmen.
Ejaculação retrógrada é um problema sério?
A ejaculação retrógrada não apresenta riscos graves à saúde, mas pode impactar a fertilidade masculina. Logo, se você está tentando ou espera ter filhos um dia, a condição é mais preocupante.
Portanto, se você convive com essa condição, procurar um urologista para uma avaliação, diagnóstico e tratamento adequado é ainda mais importante.
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Quais as causas da ejaculação retrógrada?
Existem diferentes causas para essa condição, como problemas neurológicos, distúrbios hormonais, cirurgias pélvicas, traumas ou efeitos colaterais de medicamentos. Entenda os principais fatores:
Danos neurológicos
Quando os nervos que controlam a função da bexiga e uretra sofrem algum dano, esse tipo de ejaculação anormal pode ocorrer.
Esclerose múltipla, lesões na medula espinhal ou neuropatia diabética são alguns exemplos que podem afetar esses nervos e interferir no funcionamento do esfíncter da bexiga durante a ejaculação.
Cirurgias prévias
Cirurgias realizadas na região pélvica, como na próstata, uretra ou bexiga podem causar danos aos músculos e nervos da região.
A prostatectomia, cirurgia para o câncer de próstata, é um dos procedimentos que podem interferir na ejaculação.
Distúrbios hormonais
Diabetes e tireoide descontrolados podem causar danos ao s nervos ao longo do tempo. Portanto, pacientes que apresentam há mais tempo o problema podem sofrer com a condição.
Traumas
Lesões traumáticas na região pélvica podem danificar nervos e músculos envolvidos no processo de ejaculação, o que leva à ejaculação retrógrada em certos casos.
Uso de medicamentos
Medicamentos como antidepressivos, para pressão arterial, alfa-bloqueadores e para tratar doenças na próstata podem causar o relaxamento do esfíncter da bexiga. Dessa forma, o resultado é a ejaculação retrógrada.
Diagnóstico da ejaculação retrógrada
O diagnóstico da ejaculação retrógrada é feito por um médico urologista. Ao procurar o profissional de saúde, o paciente vai passar por uma avaliação cuidadosa, que inclui as etapas abaixo, a fim de identificar a causa exata da condição:
- Histórico médico
- Exame físico
- Análise do sêmen para verificar a presença de espermatozoides
- Urocultura para descartar infecções urinária
- Exames de imagem (ultrassonografia, tomografia ou ressonância magnética)
- Testes Urodinâmicos, qhe checam o funcionamento da bexiga e da uretra durante o processo de micção e ejaculação
Com o diagnóstico concluído, o urologista poderá discutir as opções de tratamento mais adequadas para o paciente.
Sintomas da ejaculação retrógrada
O principal sintoma da ejaculação retrógrada é o chamado orgasmo seco. Ele é fácil de ser notado: durante a clímax da relação sexual ou masturbação, o homem tem um orgasmo, mas não libera o sêmen pela uretra.
Porém, em alguns casos, o homem chega a expelir um líquido, mas ele não tem espermatozoides, pois eles foram direcionados para a bexiga. Se isso acontecer, o líquido ejaculado terá um aspecto mais claro e menos espesso.
Como o fluido vai para a bexiga, é comum que, após a relação, o homem fique com a urina turva e aspecto leitoso. Isso quer dizer que há presença de esperma na urina. Por isso, é sempre recomendado ir ao banheiro após o fim da relação.
O sintoma mais preocupante da ejaculação retrógrada é a dificuldade em engravidar a parceira. Como o esperma não é liberado pelo pênis, há diminuição nas chances de fertilizar o óvulo.
Quais os tratamentos para ejaculação retrógrada?
O tratamento da ejaculação retrógrada depende da causa e das necessidades específicas do paciente. Por isso, é fundamental procurar um urologista e seguir com o acompanhamento regular para avaliar a eficácia do tratamento.
Entre os tratamentos possíveis para a condição, estão:
Estimulação do nervo
Em alguns casos, a partir de estímulos elétricos dos nervos que controlam a ejaculação, o funcionamento do esfíncter pode ser restaurado, resolvendo a condição.
Medicamentos alfa-agonistas
Os medicamentos alfa-algonistas são aqueles que visam fortalecer o músculo do esfíncter da bexiga e assim, melhorar o fechamento durante a ejaculação.
Cirurgia
Em casos mais graves ou quando outros tratamentos não são eficazes, a cirurgia pode ser considerada. Podem ser realizados procedimentos como colposuspensão, esfincterotomia, a depender da avaliação médica. São métodos que ajudam a restaurar a função normal do esfíncter.
Além disso, o tratamento das condições médicas subjacentes é importante. Diabetes ou doenças neurológicas, por exemplo, podem ser tratados para reduzir ou eliminar a ejaculação retrógrada.
Além disso, quando o problema é causado ou agravado pelo uso de certos medicamentos, o médico pode ajustar ou trocar os remédios por opções que tenham o mesmo efeito, mas sem impacto na ejaculação.
Se o homem estiver enfrentando problemas de infertilidade e desejar ter filhos, a inseminação artificial pode ser uma opção. Nesse procedimento, os espermatozoides são coletados da urina após o orgasmo retrógrado e usados para fertilizar o óvulo em laboratório, que é implantado posteriormente no útero da mulher.
Como você pode perceber, procurar um urologista ao apresentar sintomas é fundamental para um tratamento personalizado. Se você tiver alguma dúvida, entre em contato conosco para receber orientações que vão melhorar a sua qualidade de vida sexual e fertilidade.