Os termos são correlatos, mas a impotência sexual é mais abrangente e não significa, necessariamente, que o paciente tem dificuldade para obter ereções na relação sexual.
Tabu entre os homens, o assunto é tão pouco discutido que eles sequer sabem se o correto é impotência sexual ou disfunção erétil. Afinal, quando o pênis falha na hora H, o constrangimento é tamanho que dificulta até mesmo a busca por ajuda.
O termo correto pode parecer apenas um mero detalhe, mas é importante quando a discussão chega aos consultórios urológicos, uma vez que só com o diagnóstico correto é possível determinar um tratamento para sanar o problema.
Antes de aprender a diferença entre impotência sexual e disfunção erétil, é preciso entender como funciona a ereção. Vamos lá?
Como funciona a ereção?
Leonardo da Vinci, principal expoente do Renascimento, não só pintou a famosa Monalisa. Ele também descreveu, em 1477, o mecanismo da ereção. Embora com algumas falhas, ele foi o primeiro a observar corretamente que o membro ficava ereto ao se encher de sangue.
Quando o fluxo sanguíneo aumenta, os corpos cavernosos (dois tubos cilíndricos no interior do pênis) absorvem o sangue, como se fossem uma esponja, e aumentam de volume, provocando a ereção.
Para que isso aconteça, o homem precisa receber um estímulo erótico para que estímulos nervosos sejam levados do lobo frontal do cérebro até o pênis, fazendo com que os os corpos cavernosos relaxem sua musculatura e dilatem suas artérias, abrindo caminho para o alto fluxo sanguíneo que preenche as estruturas. Com o aumento de volume, os corpos cavernosos pressionam as veias no membro, retendo o sangue na região e mantendo o pênis ereto.
Qualquer falha nesse complexo mecanismo pode causar a disfunção erétil.
Diferença entre impotência sexual e disfunção erétil
Usualmente usadas como sinônimos, as expressões têm significados distintos para os especialistas.
A impotência sexual é um conjunto de condições que prejudicam a vida sexual do paciente. Já a disfunção erétil é uma das condições que está contida nesse grupo, assim como a ejaculação precoce ou a falta de desejo sexual.
A disfunção erétil refere-se, especificamente, à incapacidade de ter e manter uma ereção satisfatória na maioria das relações sexuais. Falhas ocasionais não se encaixam no quadro.
Quais são os tipos de disfunção erétil?
Há três principais tipos de disfunção erétil e a correta identificação é essencial para que o homem realize o tratamento adequado para retomar a função peniana.
- Psicogênica: causada por fatores emocionais, como ansiedade e medo de falhar, é o tipo de disfunção mais comum. Nesse caso, os picos de adrenalina fazem as estruturas se contrair, impedindo a ereção. Até mesmo o excesso de pronografia pode afetar o desempenho, segundo a Associação Europeia de Urologia.
- Orgânica: é relacionada a fatores vasculares que podem ter origem arterial, hormonal, uso de certos medicamentos e doenças que deformam o pênis, como a Doença de Peyronie. É comum ser observada em pacientes acima de 40 anos.
- Mista: envolve tanto fatores emocionais quanto físicos. Pode ser o caso de pacientes que apresentam, por exemplo, curvatura congênita do jovem.
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O que é bom para disfunção erétil?
Como falamos ali em cima, apenas identificando o tipo e as causas da disfunção erétil é que será possível estabelecer o que funcionará para o problema, de forma individualizada para cada paciente.
Um dos tratamentos mais lembrados é com o citrato de sildenafil, medicamento popularmente conhecido como Viagra. Descoberto completamente por acaso por uma empresa farmacêutica norte-americana, o remédio dilata as artérias e entrega um maior fluxo de sangue para o corpo, especialmente na região do pênis.
Ele é, entretanto, uma solução temporária para disfunção erétil. Apesar de ser comercializado sem receita médica, o parecer de um profissional é obrigatório, pois o sildenafil tem contraindicação para portadores de doenças cardíacas.
Quando o paciente não apresenta resultados satisfatórios com os medicamentos orais, a alternativa pode ser a injeção peniana, sempre indicada pelo urologista. A composição da injeção peniana pode ser de prostaglandina, fentolamina, papaverina e/ou atropina e o próprio paciente pode aplicar na base do pênis para obter um efeito vasodilatador.
A injeção também é uma solução temporária, e que tem o agravante de, caso não seja corretamente aplicada, contribuir para a formação de fibroses penianas, especialmente em pacientes com comorbidades.
Uma terceira opção é a bomba peniana, também chamada de bomba à vácuo. É um tubo no qual o homem insere o pênis e cria uma pressão negativa para a pressurização sanguínea, que resulta em uma ereção. Com o pênis ereto, é preciso soltar o anel que fica na base do membro e o mantém ereto.
A desvantagem é que, além de indiscreto, o anel precisa ser removido em até 20 minutos após a pressurização. Após esse período, há risco de isquemia ou necrose do membro, que pode agravar a disfunção erétil. Por isso, a recomendação de um urologista é importantíssima antes de aderir ao tratamento.
Cirurgia de implante peniano para disfunção erétil
Quando os tratamentos clínicos não são adequados para o paciente ou não obtêm o efeito esperado, ainda é possível optar pelo tratamento cirúrgico em busca da cura da impotência.
Quando o paciente tem indicação de correção cirúrgica da disfunção erétil com implante de prótese peniana, é importante considerar a reconstrução do pênis, que é a corporoplastia geométrica de aumento. Por meio da Técnica Egydio, o cirurgião pode reconstruir o membro e implantar uma prótese peniana com maior tamanho e calibre, limitados pelo feixe de nervos e da uretra.
Entenda a Técnica Egydio para tratar a disfunção erétil.
O implante peniano tem o objetivo de dar a rigidez vertical necessária para que o paciente tenha uma boa capacidade penetrativa.
Apesar dos benefícios, é preciso avaliar quando considerar a prótese peniana em conjunto com o especialista, pois nem todos os casos devem ser tratados cirurgicamente.