Há décadas os pesquisadores buscam um consenso para responder uma das principais curiosidades do universo masculino: afinal, qual o tamanho normal de um pênis?
O tema é polêmico. Na Grécia antiga, a máxima “tamanho não é documento” mostrou-se verdadeira. A preferência era por pênis pequenos e delicados, que representavam valores como inteligência, racionalidade e autocontrole. Foi o período do Renascimento que passou a valorizar membros grandes e robustos – o pintor Leonardo da Vinci chegou a desenhar mais de 5 mil páginas com esboços como esse.
Quando pensamos na história recente, os especialistas vêm estudando o assunto desde, pelo menos, o ano de 1942, quando o primeiro estudo foi publicado no Journal of Urology. Porém, ao contrário das expectativas, ele não estipulou referências para observações científicas.
Um outro estudo, dessa vez datado de 2017 e publicado no International Journal of Impotence Research, constatou que não há um entendimento para a melhor técnica de medição do membro e que há uma variação significativa em suas dimensões.
Porém, a resposta que os homens tanto gostariam pode ser encontrada no estudo do Dr. Bruce M. King, do Departamento de Psicologia da Clemson University, na Carolina do Sul (EUA), publicado no Journal of Sex & Marital Therapy em 2020.
Após uma revisão de dezenas de estudos, o Dr. King chegou a conclusão de que o comprimento médio de um pênis ereto está entre 12,95 a 13,97 centímetros, quando o próprio homem realiza a medição. Levando-se em consideração o viés voluntário, o tamanho médio real tende a ser ainda inferior a esse intervalo.
Qual média de tamanho do órgão masculino brasileiro?
A partir de medições penianas apresentadas em congressos da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia), é possível dizer qual o tamanho normal de um pênis para o brasileiro: entre 10,5 e 17,5 centímetros em estado ereto. Ou seja, esse número é bastante variável, o que tem a ver não só com a diversidade anatômica, mas também com a técnica de antropometria utilizada pelo médico ou pelo homem.
Qual o tamanho do pênis para cada idade?
A formação do pênis ocorre no embrião por volta do 8º mês de gestação, quando a testosterona começa a ser secretada pelos testículos. Aos sete meses, o bebê já apresenta ereções no útero materno, o que – acredita-se – auxilia no desenvolvimento funcional e estrutural do membro. Ao nascer, o pênis se apresenta entre 2,8 e 4,2 centímetros (medido ligeiramente estirado).
Durante a infância, o aparelho reprodutivo leva um tempo para amadurecer e ganhar tamanho, quando comparado ao resto do corpo. Isso é normal. Entre os 4 e 10 anos, o membro praticamente manterá o seu tamanho e terá por volta de 2 centímetros cúbicos.
É só depois dessa fase que o pênis começa a crescer e ganhar corpo, em um processo que vai até, mais ou menos, os 17 anos. Nessa idade, o membro geralmente já atinge o tamanho, calibre e formato que terá por toda a vida.
Qual o tamanho do pênis para ser considerado grande?
Podemos dizer, com base nas análises dos especialistas, que para o seu membro ser considerado grande, ele deve destoar das medidas apresentadas anteriormente. Existem algumas personalidades famosas bem dotadas, com pênis que ultrapassam 30 centímetros em estado de ereção.
No entanto, apesar de haver uma relação direta entre a aparência do pênis e cultura sexual masculina nos dias de hoje, você só deve se preocupar com o tamanho do seu amigo se ele apresentar sinais de problema na região, como a perda de tamanho.
O pênis pode diminuir?
Sim, é verdade. Por isso, mais importante do que saber qual o tamanho normal de um pênis, é entender qual doença pode afetar as características e até mesmo o desempenho do órgão sexual masculino.
Estamos falando da Doença de Peyronie, uma condição que, de acordo com a literatura médica, atinge 10% dos homens.
O Peyronie é descrito como uma curvatura peniana perceptível durante a ereção que surge em determinada fase da vida do homem, por volta dos 45 anos ou mais. Em função da tortuosidade, o pênis perde tamanho e também pode afinar. Com o passar do tempo, o homem pode ter, ainda, dificuldade na hora da relação sexual devido à disfunção erétil.
Por que meu pênis está diminuindo?
O Peyronie também é conhecido como curvatura peniana adquirida. Ou seja, o homem não nasce com ela (como é o caso da curvatura do jovem, uma outra condição que provoca deformidades ao membro), mas a manifesta devido à formação de fibroses penianas na túnica albugínea.
Alguns fatores que favorecem a formação dessas fibroses são:
Traumas e microtraumas
Ao longo da vida, o homem pode sofrer traumas e microtraumas, às vezes imperceptíveis, no pênis. Elas ocorrem principalmente durante o ato sexual, quando o homem está em uma posição em que não detém o controle da situação.
Ter atenção aos movimentos na hora H e uma boa lubrificação são essenciais para se prevenir.
Disfunção erétil
A Doença de Peyronie pode se originar a partir de algum problema de ereção. Quando o homem não consegue ter ou manter uma ereção de qualidade, o pênis fica mais sujeito aos traumas e microtraumas durante as relações sexuais.
A disfunção erétil geralmente está associada a fatores como o avanço da idade, descontrole hormonal ou determinadas condições que atrapalham o fluxo sanguíneo dentro do pênis. É preciso investigar.
Ausência de ereção involuntária noturna ou matinal
Ter ereções noturnas e matinais, sem qualquer estímulo sexual, oxigena o pênis. Logo, é essencial que elas ocorram regularmente, caso contrário, as fibroses tendem a se formar. O problema pode estar relacionado à disfunção erétil.
Diabetes
O descontrole do diabetes aumenta a quantidade de açúcares no sangue. Isso influencia na saúde dos nervos e vasos sanguíneos, inclusive dentro do pênis. Se o fluxo sanguíneo não for suficiente, o diabetes pode levar à disfunção erétil.
Caso você tenha histórico de diabetes ou não realiza o seu check up há algum tempo, é aconselhável buscar um médico para verificar como estão os níveis de açúcar no sangue e iniciar um tratamento para equilibrar, se necessário.
Câncer de próstata
Pacientes que passaram por tratamentos para o câncer de próstata, como cirurgia, radioterapia, braquiterapia ou hormonioterapia, tendem a apresentar disfunção erétil. A condição é um dos efeitos colaterais comuns deste tratamento devido à diminuição das ereções, principalmente as ereções noturnas.
A visita ao urologista e os exames periódicos são muito importantes para prevenir ou diagnosticar rapidamente a doença, reduzindo os danos.
Priapismo
O priapismo é uma urgência urológica. Ele é caracterizado por uma ereção prolongada – mais de três horas – e, se não for tratado a tempo, levará à disfunção erétil irreversível, necrose e fibrose interna dos corpos cavernosos.
Como saber se o pênis diminuiu?
A melhor forma de saber se o seu pênis diminuiu é estar sempre atento à saúde de seu amigo e ter ao menos uma noção de seu tamanho.
Você deve medir o seu amigo em estado ereto. Busque uma referência (sua mão, uma régua, a distância até o umbigo, etc) para poder fazer uma comparação de vez em quando.
Se você notar alguma mudança, é possível identificar se há fibroses (elas se apresentam como nódulos) com o autoexame de palpação. Há duas maneiras de fazer isso: primeiramente, tracionando o pênis flácido pela glande e apalpando-o por toda a sua extensão para localizar tecidos mais grossos na base do pênis, e depois, pressionando o pênis ereto, para verificar se há deformidades no ponto em que a fibrose está.
Os métodos caseiros não substituem a ida ao urologista. Se notar qualquer mudança em seu pênis, deixe o constrangimento de lado e busque rapidamente auxílio médico.
A perda de tamanho, entretanto, é apenas um dos frequentes sinais da Doença de Peyronie. A enfermidade leva a importantes sintomas que contribuem para o diagnóstico, como:
- Dificuldade de ter ou manter a ereção
- Dor no pênis durante a ereção
- Pênis escapa com frequência durante a relação
- Afinamento peniano – Saiba mais sobre pênis fino
- Curvatura peniana – Saiba mais sobre o pênis torto
- Perda de tamanho
Meu pênis diminuiu, e agora?
Ao notar que o membro perdeu tamanho, procure um urologista, pois é possível tratar o Peyronie.
Quando a fibrose já está cicatrizada e o tratamento clínico não é suficiente para devolver a funcionalidade peniana, o paciente é encaminhado para o procedimento cirúrgico.
A cirurgia de reconstrução peniana vai recuperar o tamanho do pênis, além do calibre, até o limite dos nervos, a partir de cortes geometricamente planejados para expandir os tecidos.
Quando indicado, após a reconstrução e ainda no mesmo procedimento, o cirurgião pode implantar uma prótese peniana, que vai dar ao membro a rigidez necessária para a penetração. A prótese também tem como objetivo prevenir a formação de novas fibroses.
Vale lembrar: o tratamento cirúrgico para a Doença de Peyronie não vai aumentar o pênis, mas sim recuperar ao máximo as medidas e dar capacidade penetrativa ao membro para que você desfrute de sua vida sexual.
Mais uma vez, gostaria de deixar o alerta que, por mais que entender qual o tamanho normal de um pênis e ter um membro grande seja importante para você, preocupe-se com a saúde do seu amigo. Se notar qualquer sinal de alerta, não deixe de buscar um urologista.