O câncer de pênis é um dos grandes vilões da saúde masculina e a principal causa de um temor que se passa na cabeça dos homens: a amputação do membro.
Nos últimos 14 anos, o procedimento foi realizado 7.200 vezes no Brasil, um crescimento de 1.604% no período. Ou seja, anualmente, 515 homens perdem o pênis por causa da doença. A incidência das amputações é maior no Sudeste e no Nordeste. As informações são da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e foram coletadas a partir de informações do Ministério da Saúde.
Ainda há muita desinformação a respeito do câncer peniano, uma doença evitável com medidas simples, perceptível ainda no começo do problema e que levou à morte 463 pessoas em 2020, de acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer. Portanto, é hora de se conscientizar sobre esse tipo de câncer.
Quais as causas de câncer de pênis?
As causas ainda não são totalmente conhecidas pela medicina. Porém, o que já sabemos é que existem fatores de risco que aumentam as chances de contrair a doença – embora pessoas que não estão sujeitas a nenhum deles ainda possam apresentar a enfermidade.
A má higiene peniana é um fator de risco relevante. Quando o membro não está bem limpo, ele acumula uma secreção chamada esmegma entre a glande e o prepúcio. Esta secreção é composta de óleos, células mortas e bactérias, provoca mau cheiro e inflama o pênis.
O esmegma é mais comum em quem tem fimose, mas qualquer homem que possui o prepúcio e não higieniza corretamente a área pode desenvolver a secreção. Homens circuncidados na infância têm menor chance de desenvolver o problema em comparação com aqueles não circuncidados ou circuncidados quando adultos.
Outro fator de risco é o tabagismo. O cigarro introduz diversos produtos químicos no corpo, e eles danificam o DNA das células, inclusive das localizadas no pênis, o que contribui para o surgimento do câncer peniano.
As IST como AIDS e HPV deixam o homem mais propenso à enfermidade. A primeira condição reduz a imunidade e a segunda é encontrada em uma parcela dos pacientes que recebem o diagnóstico.
Não podemos nos esquecer, ainda, que o risco de câncer aumenta com a idade. 80% dos casos estão concentrados em homens com mais de 55 anos.
Quais os sintomas de câncer de pênis?
O câncer de pênis dá sinais visíveis: ele normalmente surge como uma área avermelhada ou uma ferida sobre o prepúcio, a cabeça ou o corpo do membro e que, ao contrário do esperado, não some com o passar do tempo.
Esteja atento a sintomas como:
- Ferida avermelhada que não cicatriza;
- Nódulo no pênis;
- Alterações na espessura ou coloração do pênis;
- Secreção da uretra acompanhada de mau cheiro;
- Sangramento pela uretra;
- Inchaço na extremidade do pênis;
- Dor e inchaço nos gânglios inguinais (ínguas na virilha).
Na maioria das vezes, os sintomas não caracterizam câncer de pênis, pois há outras doenças, como herpes, sífilis ou doenças autoimunes, que possuem semelhanças. No entanto, é importante buscar um urologista para investigar a fundo.
Como identificar um câncer de pênis?
O diagnóstico do câncer de pênis é feito pelo urologista e, quanto mais cedo, melhor. O problema é que a maioria dos homens leva até um ano para procurar o médico.
Além de avaliar os sinais e sintomas descritos pelo paciente, a fim de estabelecer o diagnóstico, o médico solicita uma biópsia, com a retirada de uma amostra do tecido para que a malignidade seja examinada.
Em alguns casos, é realizada, ainda, uma tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM), que vão mostrar se a doença se propagou para outras estruturas.
Como tratar o câncer de pênis?
Quando o câncer peniano é diagnosticado em estágio inicial, há uma elevada taxa de cura, o que aumenta a necessidade de ir ao médico assim que notar algo de errado com o seu membro.
Após o diagnóstico final, será possível determinar o melhor tratamento, que depende da extensão do tumor e comprometimento das ínguas na virilha.
Lesões pré-cancerígenas e casos menos graves podem ser tratados com a cirurgia de postectomia (circuncisão) e medicamentos tópicos no local.
A cirurgia é o tratamento mais comum e eficaz para a doença. O procedimento pode ser desde uma simples excisão (similar a uma biópsia), com suturas ou adição de enxerto, até a temida penectomia, que retira parte ou todo o pênis e cria uma nova abertura para a saída de urina. Em alguns casos, o escroto também é removido na penectomia.
Radioterapia e quimioterapia podem ser oferecidas. As terapias podem ser adotadas de forma exclusiva ou combinadas aos tratamentos cirúrgicos ou locais.
Dependendo do tratamento, as consequências físicas, sexuais e psicológicas ao paciente podem ser traumáticas. Quanto mais cedo você começar a tratar, além de aumentar as chances de cura, será melhor para evitar sequelas que vão afetar a sua vida.
Uma novidade que está atualmente sendo estudada para o tratamento do câncer de pênis é o transplante do membro em pacientes que fizeram a remoção total, a partir da doação de um pênis com características estruturais semelhantes. Entre as questões que precisam ser aprofundadas para o sucesso deste tratamento está a disfunção erétil.
Como prevenir o câncer de pênis?
Procure afastar os fatores de risco da sua vida para que, no futuro, você não precise amputar o seu melhor amigo.
A limpeza do pênis é a melhor maneira de evitar o câncer de pênis, pois, sem a presença do esmegma, reduz-se o risco de inflamações no pênis.
Além disso, a cirurgia de fimose é outro fator de prevenção, uma vez que ela remove o prepúcio e facilita a higiene.
E ainda: evite o fumo e as relações sexuais sem preservativos.
Como lavar o pênis corretamente
Para fazer uma higiene adequada do pênis, você deve puxar o prepúcio para trás e lavar a região com água e sabão de pH neutro. Ao se secar, puxe novamente a pele para trás e seque a glande. A higienização deve ser feita ao menos uma vez por dia, durante o banho, e também após as relações sexuais e a masturbação.
Os meninos devem aprender este processo desde cedo para que cresçam com bons hábitos de higiene íntima e reduzam o risco de sofrer com câncer de pênis mais tarde na vida.
Não se esqueça que o câncer peniano não é a única doença que pode afetar a sua saúde física, sexual e psicológica conforme o tempo passa.
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