Qual é o ângulo de curvatura da Doença de Peyronie? Essa é mais uma das perguntas que recebi e que aflige muitos homens que apresentam alguma mudança no pênis.
Temos muito o que explicar antes de dar uma resposta para essa pergunta, mas antes de começar, gostaria de te convidar a enviar a sua dúvida para esta seção. Regularmente separo as questões mais frequentes, interessantes ou curiosas para responder aqui e ajudar mais homens a cuidar de sua saúde sexual.
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- É normal ter o pênis torto?
- O que causa a curvatura do pênis?
- Doença de Peyronie x Curvatura congênita
- Como saber se a curvatura é aceitável ou precisa de tratamento?
- Como medir o grau de curvatura do pênis
- Tem como corrigir curvatura peniana?
- Cirurgia de correção de curvatura peniana
- Debate do Sobrevivente: Cirurgia com ou sem exnerto?
É normal ter o pênis torto?
Sim, apresentar algum grau de curvatura no pênis é muito aceitável. Na verdade, é até raro encontrar um pênis 100% alinhado. Mas há um limite para o ângulo ser considerado comum.
A tolerância ao grau de curvatura peniana é uma relação que envolve conceitos biomecânicos.
Primeiro, é preciso compreender que o pênis é um cilindro hidráulico. É apenas quando pressurizado em seu interior que podemos notar o desvio, se houver.
De acordo com a relação entre o tamanho e o calibre (diâmetro) de cada pênis, essa curvatura pode ser aceitável – ou não. Apenas um médico urologista, em conjunto com o paciente, é capaz de chegar a essa importante conclusão.
O que causa a curvatura do pênis?
Quando o membro faz uma curva acentuada, há duas possíveis causas: a Doença de Peyronie, que é a curvatura adquirida a partir do acúmulo de microtraumas ao longo da vida, ou a curvatura congênita (também conhecida como curvatura do jovem), um desvio que o homem tem consciência desde o período da puberdade/adolescência.
Há, ainda, uma terceira possibilidade, que é quando ocorre algum grau de Doença de Peyronie sobre a curvatura congênita, pois o desvio inicial favorece os traumas mecânicos que levam ao Peyronie.
Qual a importância de um diagnóstico precoce?
Muitos jovens não têm ideia do que seja um pênis normal. Não raro só descobrem alguma deformidade na curvatura depois de já sofrerem alguns traumas. Por isso, reforço a importância de dar uma olhada cuidadosa no seu companheiro inseparável para garantir o seu bom funcionamento.
O diagnóstico precoce é importante para te preparar para um futuro tratamento e impedir que o problema de curvatura não evolua para um caso mais sério, como a doença de Peyronie.
Qualquer dúvida com relação à curvatura do seu melhor amigo (que não é o seu cachorro), eu estou à disposição para ajudar. Clique aqui para me contar as suas dúvidas e preocupações. A partir de uma pré-análise da sua situação, oriento sobre os próximos passos que você deve seguir para garantir as boas e seguras condições de uso da sua área de lazer.
Doença de Peyronie
A Doença de Peyronie é uma condição que afeta 10% dos homens, segundo o livro americano Peyronie’s Disease, para o qual o Dr. Paulo Egydio fez uma contribuição.
O desvio é causado pelas fibroses (cicatrizes), que são formadas quando há traumas ou microtraumas que ocorrem, na maior parte das vezes, durante o sexo, sem que o homem sequer perceba. Ereções de má qualidade, diabetes e pacientes que realizaram cirurgia da próstata, por exemplo, são mais suscetíveis às deformações penianas.
No Peyronie, um pênis que sempre foi alinhado começa a apresentar uma certa tortuosidade – para cima, para baixo, para a lateral ou multidirecional -, ou outros sintomas, como perda de tamanho, calibre ou rigidez.
Curvatura Congênita (Curvatura do Jovem)
A curvatura congênita não se trata de um desvio adquirido ao longo do tempo. Ela vem desde nascença e atinge entre 4 e 10% da população, segundo uma publicação do The Scientific World Journal.
Leia abaixo, um trecho do estudo publicado em 2011:
Graus variados de curvatura peniana são observados em 4-10% dos homens na ausência de hipospádia.
Fonte: Montag S, Palmer LS. Abnormalities of penile curvature: chordee and penile torsion. ScientificWorldJournal. 2011 Jul 28;11:1470-8. doi: 10.1100/tsw.2011.136. PMID: 21805016; PMCID: PMC5720069.
A curvatura do jovem costuma ser conhecida na fase da puberdade, quando os adolescentes começam a se interessar por uma vida sexual e quando o pênis fica ereto. O apoio dos pais é muito importante para o diagnóstico da doença.
Como identificar uma curvatura congênita?
A curvatura congênita pode apresentar-se de diferentes formas e combinações, podendo causar problemas quando for superior a 30 graus.
A maioria dos pacientes percebe o problema durante o ato sexual. Então fique atento! Se você tem dificuldades e dores na penetração, fica restrito a poucas posições com movimentos curtos para o pênis não escapar e provoca dores e desconforto com quem se relaciona, é possível que esse seja o seu diagnóstico.
Como saber se a curvatura é aceitável ou precisa de tratamento?
Como já explicamos anteriormente, praticamente todo pênis é um pouco curvo. No entanto, apenas as curvaturas importantes vão precisar de algum tipo de tratamento.
Para determinar se o desvio peniano é aceitável ou não, precisamos olhar para a sua funcionalidade penetrativa, que está diretamente relacionada à rigidez vertical do membro.
A rigidez vertical é essencial para que o pênis quebre a resistência, sendo capaz de penetrar a(o) parceira(o) sem dificuldade e praticar uma relação sexual prazerosa para ambos. A proporção entre tamanho e calibre contribui positivamente para a resistência vertical.
Idealmente, quanto maior um pênis, mais calibroso ele deve ser. Dessa forma, ele tolera melhor uma curvatura. Já com uma desproporção entre tamanho e calibre, um menor grau de curvatura gera perda de resistência vertical mais facilmente.
Por exemplo, se o seu membro é longo, mas pouco calibroso, um menor grau de curvatura peniana já vai gerar perda de resistência. Por outro lado, um pênis do mesmo tamanho, mas de maior diâmetro com igual ângulo de curvatura pode não ser impactado com a perda de rigidez.
Conclusão: se você tem um pênis curvo, mas, considerando a relação tamanho e calibre, essa curvatura não gera perda de resistência vertical ou não atrapalha a capacidade penetrativa, esse desvio não precisa de tratamento. Nestes casos, o paciente tem condições de levar uma vida sexual plena a despeito dessa curvatura, mas deve fazer o acompanhamento com o urologista periodicamente.
Agora, se você tem uma desproporção entre o tamanho e o calibre do pênis e apresenta perda de resistência vertical, você tem uma desfuncionalidade penetrativa. A penetração até pode ocorrer ao ajudar com a mão, mas, no movimento, o pênis tende a escapar com facilidade. Nestes casos, você precisa de uma avaliação urológica para definir o tratamento mais adequado.
Ou seja, não se trata e não se indica um tratamento considerando somente o grau de curvatura peniana, e sim pelo comprometimento biomecânico, de acordo com as características anatômicas de cada pênis.
Como medir o grau de curvatura do pênis
O ângulo de curvatura na Doença de Peyronie ou na curvatura congênita precisa ser aferido por um urologista para que a medida seja feita corretamente. Portanto, ao notar que o seu pênis começou a entortar, busque ajuda médica imediatamente.
No consultório, o médico fará alguns exames, com o pênis pressurizado, que permitem conferir não somente se o membro está curvo, mas também se perdeu a sua rigidez e se há a presença de fibroses.
No entanto, é muito importante que o paciente não fique preso a um número. O principal fator de preocupação para a curvatura peniana é se ela gera disfunção penetrativa – ou seja, dificulta a penetração e faz o pênis escapar com facilidade durante a relação sexual, principalmente quando não há uma boa relação entre tamanho e calibre.
De forma geral, uma curvatura de 20 graus é considerada normal para a grande maioria dos homens. Já uma curvatura de 30 graus tende a começar a trazer problemas para a saúde sexual masculina.
Há situações em que o desvio estabiliza neste ângulo, causando quadros que até podem ser contornáveis ou tratados com medicamentos. A grande questão é que, se não houver estabilização, a tortuosidade pode continuar evoluindo e chegar a uma curvatura de 45 graus. Em casos severos, o pênis atinge uma curvatura de 90 graus!
A interpretação do urologista vai depender não apenas do grau de curvatura, mas de uma série de condições biomecânicas, como: tamanho, calibre, direção do desvio, se há afinamentos, entre outras.
Esse conjunto de informações vai definir qual tratamento uma curvatura que causa comprometimento na função penetrativa merece.
Por exemplo, você sabia que curvaturas para baixo são menos toleradas? Elas impactam de forma mais considerável na resistência vertical. Às vezes um menor grau desse tipo de desvio já pode ter indicação para uma cirurgia.
Tem como corrigir curvatura peniana?
Tanto a Doença de Peyronie quanto a curvatura do jovem têm tratamento. Resta saber qual é a mais indicada para o seu caso, considerando o grau de curvatura, o tamanho, o calibre e a direção do desvio.
Existem duas linhas de tratamento possíveis: quando a condição não comprometer excessivamente a funcionalidade penetrativa (no caso do Peyronie, quando ainda está em sua fase inicial), a primeira tentativa é o tratamento clínico.
Ele pode ser realizado por meio de medicamentos orais, em gel, pomadas ou injetáveis, que têm o objetivo de aumentar a circulação de sangue no pênis para que o homem obtenha uma ereção de melhor qualidade.
Entretanto, quando as doenças já estão presentes há algum tempo ou continuam evoluindo, provavelmente, junto com a curvatura e a disfunção penetrativa, o homem apresenta sintomas como perda de tamanho peniano e afinamentos, que o tratamento clínico não costuma resolver. É preciso aderir a outro tipo de tratamento.
A segunda linha é direcionada a estes casos mais graves, que vão precisar de uma intervenção cirúrgica.
Cirurgia de correção de curvatura peniana
Tanto nos casos de Doença de Peyronie quanto de curvatura do jovem, muitas vezes o paciente demora para buscar auxílio médico, seja pelo desconhecimento da situação ou por vergonha. Logo, quando chega ao consultório e após a realização de todos os exames, ele pode receber direto a indicação de cirurgia.
Em um único procedimento cirúrgico, é possível tratar o pênis curvo, a falta de rigidez vertical, e problemas associados, como a diminuição e o estreitamento do membro e a disfunção erétil.
Existem algumas técnicas utilizadas durante a cirurgia e é importante que o paciente saiba como desentortar o pênis a partir de cada uma delas.
Os métodos de correção cirúrgica podem intervir no lado longo ou lado curto do membro.
Ao intervir no longo – técnica que chamamos de plicatura -, realiza-se uma espécie de uma dobra neste lado do pênis. Dessa forma, o lado longo será equiparado ao lado curto, mas, em decorrência do repuxamento dos tecidos, o comprimento do pênis ficará reduzido em relação ao tamanho original.

Quando o cirurgião faz intervenções no lado curto, ele consegue alongar o lado afetado, evitando a perda de tamanho que a plicatura causa.
Para isso, ele pode fazer o uso de enxertos, uma vez que, ao realizar as incisões, criam-se “defeitos” no lado curto do pênis, que precisam ser corrigidos. A questão é que os enxertos nem sempre são adequados: existem mais de 20 tipos, a cicatrização não é tão boa, há risco de infecções e o tamanho do tecido do enxerto não permite que o pênis seja alongado até o limite dos vasos durante a operação.

A solução para intervir no lado curto sem a necessidade de enxerto é produzir incisões menores e múltiplas, geometricamente calculadas, diretamente na túnica albugínea. Isso fará com que os tecidos se expandam, desentortando o pênis, e depois se regenerem. As incisões também são realizadas no sentido oposto a deformidades como diminuição de tamanho e acinturamentos, até o limite dos nervos e da uretra.
Independente do tipo de intervenção cirúrgica usada, é essencial que o paciente seja informado sobre os prós e contras de se operar o lado longo e o lado curto, considerando não apenas o endireitar do pênis, mas também a proporcionalidade das dimensões penianas, a fim de obter o melhor resultado em termos de funcionalidade penetrativa.
Atualmente, depois de conhecerem as técnicas existentes, a grande maioria dos pacientes que realiza um tratamento cirúrgico para a correção da curvatura peniana preferem realizar a intervenção no lado curto, visando a obtenção do melhor tamanho e diâmetro após a cirurgia.
Debate do Sobrevivente
Em 2019, o Dr. Paulo Egydio teve a oportunidade de debater sobre a melhor técnica individualizada para um caso hipotético severo de curvatura de 90 graus, associada a afinamento, perda de tamanho e disfunção erétil, durante o Debate do Sobrevivente, um painel promovido pela Associação Americana de Urologia (AUA).
Os 5 mil urologistas presentes tiveram que votar na melhor estratégia para tratar o paciente fictício. Entre as opções trazidas pelos três debatedores, estavam os tratamentos medicamentoso, cirúrgico e cirúrgico com a Técnica Egydio, defendida pelo Dr. Paulo.
Mais de 70% dos votantes concordaram que o tratamento com a Técnica Egydio era a melhor opção para o caso apresentado.
Hoje, o caminho cada vez mais empregado pela comunidade urológica vai ao encontro do resultado do Debate do Sobrevivente: por que não corrigir a Doença de Peyronie ou a curvatura do jovem a partir da expansão tecidual proporcionada por pequenos cortes milimetricamente calculados ao invés de usar os inconvenientes enxertos?!
É claro que não existe tratamento sem realizar a devida particularização, de acordo com a anatomia do pênis do paciente em questão, mas a Técnica Egydio é um tratamento bastante eficaz para muitos dos casos que chegam aos consultórios. Portanto, se você é paciente, fale com o seu médico.
Recapitulando: quase todo pênis apresenta algum ângulo de curvatura. Se esse desvio começar a provocar dificuldade na hora da penetração devido à perda de rigidez vertical, ele exige tratamento, que pode ser realizado de forma clínica ou cirúrgica. Quando a escolha é pela operação, a Técnica Egydio costuma ser a mais indicada, pois permite corrigir a tortuosidade além de recuperar o tamanho e o calibre do membro.
Busque ajuda médica ao notar algum grau de curvatura peniana associado aos demais sintomas característicos da Doença de Peyronie e da curvatura do jovem.
Você pode clicar no botão abaixo para marcar a sua consulta ou deixar a sua mensagem sobre esta e outras preocupações que afetam a qualidade da sua saúde sexual. E não deixe de assistir o vídeo para ter ainda mais detalhes.
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