O que é estenose uretral? Saiba como reconhecer, principais sintomas e tratamentos

homem com calça jeans e camisa está com as mãos sobre o pênis.

O que é estenose uretral? Saiba como reconhecer, principais sintomas e tratamentos

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A estenose uretral é o estreitamento da uretra, causada por lesões, tumores, cirurgias na próstata, uso de sonda, DSTs e radioterapia. O problema é mais frequente em homens, e alterações no fluxo urinário e queimação na micção são sinais de alerta. Saiba mais.

A estenose uretral, um estreitamento da uretra causado por fatores como lesões, cirurgias ou infecções, afeta diretamente a qualidade de vida de quem sofre com ela. O problema é que a longo prazo essa condição pode trazer complicações graves se não tratada.

Neste artigo, vamos explorar o que você precisa saber sobre causas, sintomas, diagnóstico e tratamentos da estenose uretral, além de dicas para prevenir problemas na uretra.

Cuidar da saúde íntima é essencial, e o primeiro passo é a informação.

O que é estenose uretral?

A estenose da uretra é resultado de uma fibrose do tecido uretral; uma espécie de cicatriz, podendo ser adquirida ou congênita.

As causas mais comuns de estenose adquirida são:

  • Pancadas e quedas que atingem o órgão genital;
  • Tumores próximos à uretra;
  • Fraturas pélvicas;
  • Uso prolongado ou incorreto de sondas;
  • Lesões decorrentes de cirurgias urológicas, como a prostatectomia e tratamentos radioterápicos.

Infecções urinárias frequentes, inflamações na uretra, doenças sexualmente transmissíveis também são causas da estenose uretral.

Na forma congênita, bebês nascem com o estreitamento da junção entre o ureter (tubo que leva a urina dos rins à bexiga) e a pelve renal (parte superior do rim). Acredita-se que fatores genéticos e ambientais, como a exposição a produtos químicos durante a gestação, sejam as causas.

Quais são os sintomas da estenose uretral?

Os sintomas da estenose uretral são:

  • Redução do fluxo de urina;
  • Jato urinário fraco;
  • Urgência para urinar;
  • Incontinência urinária;
  • Dor ao urinar podendo ser acompanhada por queimação;
  • Sensação de esvaziamento incompleto da urina;
  • Dor abdominal ou pélvica;
  • Dor ao urinar podendo ser acompanhada por queimação;
  • Infecções do trato urinário frequentes, como a prostatite;
  • Sangue na urina ou no sêmen;
  • Urina escura;
  • Corrimento uretral;
  • Inchaço ou dor no pênis;
  • Retenção urinária e problemas renais em casos graves.

Os sintomas da estenose uretral congênita são similares, incluindo: dor abdominal, febre, infecções urinárias frequentes e até problemas renais.

Complicações da estenose não tratada

Com a uretra estreita, o músculo da bexiga faz mais esforço para tentar liberar a urina. Essa força extra agrava a situação, daí a necessidade de ir ao urologista assim que surgirem os primeiros sintomas.

Mas, dependendo da gravidade, pode acontecer da pessoa não conseguir urinar. O acúmulo de urina retém bactérias que seriam liberadas na micção e isso aumenta o risco de infecções do trato urinário.

Não liberar a urina também é risco para a pielonefrite, infecção renal resultada de bactérias ou outros microorganismos que migram da uretra ou bexiga para os rins.

Há ainda as complicações específicas da estenose uretral masculina. Uma delas é a orquite bacteriana, uma inflamação nos testículos que, nesse caso, é causada pelo avanço de bactérias da uretra para os testículos.

A próstata também é afetada, porque ela fica abaixo da bexiga. Com a uretra mais estreita, a bexiga é pressionada e a próstata também. A pressão prolongada pode desencadear uma inflamação chamada prostatite.

Por fim, a disfunção erétil é outra consequência da estenose uretral masculina não tratada. A dificuldade de ereção pode ser causada devido à pressão excessiva da bexiga nos vasos sanguíneos e nervos responsáveis pela função erétil, ou então, pelo estresse emocional por causa da doença.

Imagem ilustrativa para rins no corpo humano para falar que a estenose uretral não tratada ataca os rins

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da estenose uretral é por meio dos seguintes exames: uretrografia, cistoscopia e uretroplastia. Confira:

Urofluxometria

Avalia o funcionamento do sistema urinário com a análise de informações como:

  • Tempo para começar a micção;
  • Taxa de fluxo urinário máximo;
  • Taxa de fluxo urinário médio;
  • Tempo para atingir o fluxo máximo;
  • Total de urina expelida;
  • Tempo total de micção

2. Uretrografia

Exame de imagem que identifica problemas na uretra. O contraste é injetado pela sonda inserida na uretra, para que sejam captadas imagens de raio-X.

3. Cistoscopia

A cistoscopia, também chamada de uretrocistoscopia, é um exame urológico de imagem que analisa a bexiga e a uretra. É minimamente invasivo, com a inserção de um cistoscópio no paciente deitado em posição parecida a um exame ginecológico.

4. Uretrocistografia

Exame de raio-X feito com contraste para avaliar a bexiga e a uretra. O líquido é injetado por meio de uma sonda até encher totalmente a bexiga. São feitas duas radiografias: a primeira com a bexiga cheia e outra após o paciente urinar.

Tratamentos para estenose da uretra

A estenose uretral pode ser tratada de acordo com a gravidade e as condições individuais do paciente, com possibilidades de recuperação significativa. Conheça os tratamentos disponíveis:

1. Dilatação uretral

Tratamento que aumenta gradualmente o tamanho da uretra. O procedimento é feito com anestesia local e o médico usa instrumentos específicos até atingir o diâmetro necessário para a saída da urina. O número de sessões depende do grau de estreitamento da uretra.

2. Uretrotomia

Procedimento onde o médico faz um corte na uretra para abrir espaço. O paciente fica com uma sonda urinária para drenar a urina durante a cicatrização. Dependendo do caso é preciso algumas sessões de dilatação uretral para garantir a abertura da uretra.

3. Uretroplastia

Na uretroplastia, também conhecida como cirurgia de estenose uretral, o médico retira a parte comprometida e as partes saudáveis se conectam naturalmente. Se a área atingida for extensa, é preciso reconstruir a uretra com enxertos de pele.

O procedimento dura de 2 a 4 horas, podendo chegar a 6 horas em estenoses severas. A recuperação leva de 2 a 4 semanas e atividades físicas devem ser evitadas durante a recuperação.

Um médico com roupa cirúrgica azul e luvas brancas escolhe um dos equipamentos cirúrgicos em uma mesa coberta com tecido azul. Na lateral esquerda, um profissional da área da saúde veste uma vestimenta azul e luvas brancas.

Cuidados para prevenir problemas na uretra

É possível evitar a estenose uretral e outros problemas no local. Saiba como:

  • Cuidar da hidratação: manter-se hidratado ajuda a diluir a urina e, consequentemente, eliminar toxinas, deixando a uretra limpa;
  • Higiene íntima: higienizar o pênis diariamente com água e sabonete neutro durante o banho, usar roupas íntimas de algodão e evitar roupas apertadas, deixar a região genital arejada e evitam infecções;
  • Não segurar a urina: reter a urina aumenta o risco de infecção urinária porque as bactérias ficam mais tempo no organismo;
  • Urinar após as relações sexuais: isso ajuda a evitar que bactérias se instalem na uretra e que podem causar infecções no trato urinário;
  • Usar preservativo: para evitar o atrito na região genital e prevenir doenças sexualmente transmissíveis que afetam a uretra.

Reconheça os sinais e procure ajuda médica

A estenose uretral tem cura, mas é preciso consultar o urologista assim que surgirem sintomas, como jato urinário fraco e dor ao urinar seguido de queimação. Buscar ajuda médica precocemente aumenta as chances de um tratamento eficaz e de melhores resultados.

Se você se preocupa com a saúde íntima masculina e quer continuar aprendendo sobre como prevenir e tratar problemas urológicos, explore os conteúdos aqui no blog do Dr. Paulo Egydio. Consulte conteúdos informativos sobre saúde urológica.

Médico urologista Dr. Paulo Egydio

PhD especializado pela USP, CRM 67482-SP, RQE 19514, Autor dos Princípios Geométricos (conhecido como “Técnica de Egydio”), além de outros artigos e livros científicos na área. Professor convidado para ministrar aulas e cirurgias ao vivo, em congressos no Brasil e Exterior.

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