A circuncisão masculina é uma prática difundida em todo o mundo e um dos procedimentos mais antigos da humanidade, mas ainda provoca dúvidas nos homens e nos pais de bebês e crianças que precisam passar por essa pequena cirurgia.
O procedimento já é praticado há 15 mil anos. Entre os egípcios, acreditava-se que a circuncisão era capaz de purificar a alma e melhorar a higiene – justificativas comuns até hoje. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 38% dos homens são circuncidados no mundo.
Falando em termos de saúde, o procedimento é realizado em caso de fimose, para crianças, jovens e adultos que têm dificuldade em retrair o prepúcio e expor a glande. Ele também pode ser a solução para a postite ou balanopostite (infecção no prepúcio ou glande e prepúcio ao mesmo tempo).
Em algumas famílias, existe a circuncisão masculina religiosa. No judaísmo, o procedimento é um ato de fé no corpo e representa a descendência de Abraão. O bebê deve ser circuncidado no oitavo dia de vida pela figura do mohel, um médico que conhece a cirurgia e o ritual de circuncisão masculina, com orações para o momento.
O procedimento pode ser feito, ainda, por questões culturais. Nos Estados Unidos, cerca de 80% dos homens passam pelo procedimento, geralmente realizado nos primeiros dias de vida. A Nigéria e as Filipinas concentram a maior população de homens que passaram pelo procedimento, com mais de 90% do público masculino circuncidado.
A Declaração de Orientações sobre Circuncisão da Academia Americana de Pediatria, datada de 1999, não recomenda circuncisões de rotina. Porém, aponta benefícios e riscos e oferece aos pais a opção de circuncidar a criança levando em consideração crenças religiosas, culturais e pessoais após esclarecimentos médicos. Além disso, a Academia alerta que o procedimento só deve ser feito em crianças nascidas saudáveis.
Afinal, o que é a circuncisão?
A postectomia, conhecida por circuncisão, nada mais é do que a retirada cirúrgica do prepúcio, ou seja, a pele que recobre a glande (cabeça do pênis).
É um procedimento simples, que pode ser realizado com anestesia em bebês, crianças e adultos e que apresenta ótimos resultados.
Como é feita a circuncisão masculina?
A circuncisão masculina idealmente deve ser feita em hospital ou clínicas especializadas, pois vai precisar de anestesia local ou geral.
A fim de remover o prepúcio, o cirurgião realiza um bloqueio no tecido subcutâneo da base peniana e opta por uma das técnicas cirúrgicas mais comuns.
A postectomia clássica envolve incisões e suturas para a retirada. Com essa técnica, é muito importante a hemostasia, conjunto de eventos de prevenção e interrupção de sangramento e hemorragias.
Outro método consiste na colocação de um anel descartável de plástico junto à glande, com um cordão que esmaga o prepúcio contra o dispositivo. Após a remoção do excesso, o anel permanece, protegendo a glande por cerca de 15 dias. O procedimento dura poucos minutos e não há necessidade de cuidados pós-operatórios ou curativos especiais.
Já a técnica do Parafuso de Mogen, tradicionalmente usada pelos rabinos e em desuso, é feita a partir de um mecanismo com duas lâminas, que permite, ao mesmo tempo, criar hemostasia e esmagar a pele.
A recuperação da cirurgia leva em torno de 10 dias. Nesse período, pode haver dor e inchaço na região do pênis. Nos bebês, é possível observar um aumento da irritabilidade. Analgésicos orais ajudam a aliviar o desconforto e a higiene genital deve ser redobrada no pós-operatório. Atividades físicas intensas são liberadas em até 30 dias e as relações sexuais, em até seis semanas.
O que muda no homem circuncidado?
Pouca coisa muda após a circuncisão masculina.
Em termos estéticos, a diferença é que o homem circuncidado não terá mais o prepúcio e sua glande ficará sempre exposta, o que dá um visual mais enxuto e delicado ao membro.
Algumas pessoas podem ter a impressão que a circuncisão aumenta o tamanho do pênis, o que não é verdade. Porém, em um prepúcio era excessivamente longo, se considerarmos a medida desde a base do pênis, o membro perderá o excesso de pele e parecerá menor – apesar de manter a sua funcionalidade.
O prepúcio possui diversos nervos e, no caso de postectomia em homens que já apresentavam vida sexual ativa, ele não contribuirá mais para o prazer sexual. Ainda assim é possível obter prazer, sem impactar na qualidade de vida sexual.
Circuncisão masculina: para que serve?
A circuncisão masculina tem vantagens e desvantagens, como qualquer intervenção cirúrgica. Por isso, há necessidade de conversar com o médico antes de tomar decisões para si ou para as crianças.
A principal vantagem do procedimento é que ele permite uma melhor higienização do pênis.
A retirada do prepúcio impede a formação de esmegma, secreção esbranquiçada que fica entre a pele e a glande e que, se não for removida adequadamente durante o banho, se torna um campo fértil para fungos e bactérias que causam infecções. Sendo assim, é possível reduzir o risco de doenças como infecções urinárias, postite, balanite, balanopostite, câncer de pênis e IST como AIDS, HPV e sífilis.
Nos homens com fimose, a cirurgia evita a parafimose, uma complicação na qual é possível expor a glande, mas não recobri-la de volta. Além de causar muita dor, o problema é uma emergência urológica.
Apesar da longa lista de benefícios para a saúde masculina, a circuncisão apresenta alguns riscos, como hemorragia, infecção, dores e desconforto e má cicatrização. Há ainda, relatos de alteração na sensibilidade do pênis, que geralmente é recuperada após algumas semanas de pós-operatório.
Quem faz a circuncisão pode ter filhos?
A postectomia não tem impacto algum sobre a fertilidade do homem, uma vez que o procedimento é realizado na parte externa do pênis, com a retirada exclusiva do excesso de pele.
Vale lembrar que os espermatozóides são produzidos no epidídimo (parte de trás dos testículos) e, quando o homem é estimulado, eles passam pelas glândulas seminais e pela próstata através dos ductos deferentes. Depois, recebem um líquido lubrificante produzido pelas glândulas bulbouretrais e saem pela uretra.
Também é um mito dizer que a circuncisão masculina causa disfunção erétil. Porém, se estiver enfrentando esse problema, sugerimos que faça uma visita à nossa clínica clicando no botão abaixo. Podemos ajudar a identificar a condição e iniciar o tratamento adequado para que você tenha uma vida sexual prazerosa.