Além do bem-estar físico, a prática sexual frequente ajuda a formação da inteligência. Isso porque, ao estimular o hipocampo, parte responsável também pelo aprendizado e pela memória, o sexo pode melhorar a atividade cerebral
A atenção à saúde sexual para garantir qualidade de vida às pessoas é um tema que está cada vez mais na ordem do dia. Com a evolução da ciência, pesquisas apontam os benefícios de uma vida sexual saudável e as descobertas fazem os preconceitos caírem por terra cada vez mais.
Atualmente, por exemplo, sabe-se que, além do bem-estar físico, o sexo pode melhorar a atividade cerebral das pessoas, combater o estresse e melhorar o sono, contribuindo para uma vida plena.
Sexo produz novos neurônios
Um dos estudos que comprova os benefícios do sexo para a memória foi realizado na Universidade de Maryland, no Estados Unidos. De acordo com as conclusões dos cientistas, a atividade sexual aumenta a produção de novos neurônios no hipocampo, a chamada neurogênese.
O hipocampo é uma pequena região localizada na parte central do cérebro e tem uma grande importância: é ele o responsável pelo aprendizado e pelas memórias de longo prazo.
Ainda segundo os pesquisadores, ao contrário do estresse e da depressão, que ajudam no encolhimento do hipocampo, o sexo estimula o cérebro, ampliando a produção de mais neurônios. Ou seja, com uma vida sexual mais ativa, você amplia a sua capacidade de se lembrar de dados e fatos.
Reduzindo os efeitos do estresse
À conclusão semelhante chegou outra pesquisa realizada na Coreia do Sul. Analisando casais mais velhos, pesquisadores da Universidade de Konkuk também concluíram que a atividade sexual neutraliza os efeitos do estresse crônico sobre a memória, melhorando a capacidade cognitiva graças à ativação cerebral.
No Canadá, cientistas também buscaram comprovar que o sexo pode melhorar a atividade cerebral e tornar as pessoas mais inteligentes. Num teste de memória realizado em mulheres pela Universidade McGill, as que faziam sexo com mais frequência pontuaram melhor, em especial quando tinham de memorizar palavras.
“Os químicos envolvidos na sinalização de recompensa do cérebro, como hormônios e neurotransmissores, se mostram ligados tanto à memória quanto à atividade sexual”, explicou Jens Pruessner, um dos autores do estudo.
Cabeça boa na maturidade
Se engana quem ainda pensa que o sexo não combina com a maturidade. Uma outra pesquisa, publicada no periódico Journals of Gerontology, Series B: Psychological and Social Sciences, derruba este mito e reforça a importância da atividade sexual regular também na chamada terceira idade.
Uma equipe formada por cientistas de duas universidades do Reino Unido – Oxford e Coventry – analisaram o comportamento de homens e mulheres com idades entre 50 e 83 anos.
Os participantes precisaram responder a questionários e também foram submetidos a testes para avaliar o funcionamento do cérebro, inclusive a capacidade vocabular. As pessoas que afirmaram transar com mais frequência apresentaram melhor fluência verbal e consciência visual.
Sexo pode melhorar o sono
Se sexo pode melhorar a atividade cerebral de maneira geral de qualquer pessoa, não é exagero afirmar que ele também nos ajuda a dormir melhor, principalmente quando há o orgasmo. Isso porque, no sexo, o cérebro permite a liberação pelo corpo de uma série de substantâncias que ajudam no relaxamento.
O organismo tanto de homens quanto mulheres, após o orgasmo, libera a ocitocina, hormônio que diminui os níveis do cortisol, conhecido como hormônio do estresse, permitindo um profundo relaxamento.
Além disso, nos homens, o orgasmo também libera o hormônio prolactina, que reduz os níveis de testosterona e estimula o relaxamento. Isso explica porque os homens dormem depois de fazer sexo.
Já na mulher, o êxtase eleva os níveis de estrogênio, melhorando o sono REM, fase mais conhecida pelo movimento rápido dos olhos, mas que é importante no processamento de memórias e conhecimentos.
Em um estudo realizado pelo especialista em sono Michele Lastella, da Universidade Central Queensland, na Austrália, 64% dos participantes afirmaram que dormem melhor após fazerem sexo e terem orgasmo. Foram ouvidas 460 pessoas, entre 18 e 70 anos.
“Quando você está envolvido no sexo, você não está pensando no que tem que fazer no dia seguinte, você não está mexendo no telefone. Isso o distrai”, afirmou o pesquisador a um portal de notícias australiano Adelaide Now.
Saúde sexual em dia
Mas para garantir os benefícios de uma vida sexual saudável, que melhore sua atividade cerebral e até o seu sono, é importante estar sempre atento às dificuldades que podem surgir neste campo ao longo da vida.
Em mulheres, a dor durante a relação, a dificuldade para atingir o orgasmo, a falta de desejo e a ausência de lubrificação estão entre as disfunções sexuais comuns. Para homens, a disfunção erétil, o déficit de testosterona, a Doença de Peyronie e a ejaculação precoce são os problemas que mais preocupam.
Ao perceber qualquer dificuldade, principalmente quando ela se torna persistente e recorrente, é sempre recomendável a consulta a um médico especialista. Ele é quem poderá identificar o problema e indicar a conduta de tratamento adequada.
