Andropausa menopausa podem causar queda nos níveis hormonais e disfunções sexuais. Saiba como cuidar da saúde sexual minimizando os efeitos desta fase.
A queda hormonal para homens e mulheres faz parte do processo normal de envelhecimento. Aumento de peso, perda de energia, calor e suor repentinos e a tão temida redução da libido fazem parte deste processo, que pode atingir as pessoas quando chegam à chamada meia idade.
Mas como cuidar da andropausa e da menopausa, minimizando seus efeitos na saúde geral e sexual? Antes de falar de cuidados, precisamos entender do que trata essa fase da vida de homens e mulheres.
Testosterona em declínio
A andropausa (Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino – DAEM) é uma síndrome que está associada à queda na produção da testosterona nos homens. Principal hormônio masculino, a testosterona está relacionada à saúde cardiovascular, função sexual, fraqueza muscular, distúrbios de humor e cognição.
Segundo estudos, a partir dos 40 anos, os níveis de testosterona no organismo masculino tendem a cair de 1% a 2% ao ano. Segundo os especialistas, o ritmo varia de homem para homem, sendo que alguns podem ter queda precoce e outros demoram mais para começar este processo.
O importante é associar a história clínica com o resultado do exame laboratorial. Em homens adultos, os níveis adequados de testosterona no sangue devem ser analisados de acordo com os valores de referência de cada laboratório. “Cada um tem um nível adequado de testosterona para viver bem”, afirma o urologista Paulo Egydio, com especialização na Cleveland Clinic Foundation.
Quando o nível fica abaixo do limite mínimo para a idade, é hora de ligar o sinal de alerta. De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a andropausa atinge cerca de 15% dos homens entre 50 e 60 anos, chegando a 50% dos que têm 80 anos ou mais.
Andropausa: sintomas
Com a queda da testosterona, o homem que passa pela andropausa pode ter redução do desejo sexual, menos ereções espontâneas, redução da fertilidade, perda da agilidade física, fadiga, perda de energia, insônia ou sonolência, problemas de concentração e mudanças de humor.
Além disso, a andropausa ainda pode acarretar outros riscos à saúde, como doenças cardíacas e ossos frágeis, a osteoporose.
Apesar de todos os homens terem queda na produção de testosterona conforme envelhecem, é importante frisar que a andropausa não acomete todos os homens, ao contrário da menopausa feminina. Ela também não tem um marcador biológico, como o fim da menstruação para as mulheres.
Nos homens, a queda nos níveis de testosterona se dá lentamente e ao longo do tempo. E, mesmo com níveis baixos, os valores do hormônio podem ainda ser considerados dentro da faixa de normalidade.
Ou seja, enquanto a menopausa é o fim do período reprodutivo para as mulheres, a andropausa apenas reduz a fertilidade dos homens, sendo que suas demais consequências nem sempre são claras. Porém, é importante buscar ajuda médica na andropausa menopausa, a fim de manter os cuidados com a saúde, tirar suas dúvidas e evitar problemas.
Como cuidar da andropausa: exames
A reposição hormonal tem sido indicada para homens que apresentam sintomas de queda na produção de testosterona, pois ajudam a aliviar seus sintomas. O tratamento, porém, deve ser prescrito por um médico.
O especialista deve pedir ao paciente exames laboratoriais que atestem a quantidade de testosterona no corpo. O Dr. Paulo Egydio explica que o ideal é o homem fazer o monitoramento regularmente conforme abaixo:
- À partir dos 45 anos de idade sem sintomas;
- Em qualquer idade, desde que apresente os sintomas citados acima;
- Em qualquer idade, quando o paciente apresenta testículos diminuídos;
- Em qualquer idade, quando o paciente não tem um ou dois testículos.
É importante levar em consideração que o testículo é responsável pela produção de boa parte da testosterona no corpo. Quando não se tem um dos testículos, ou existe uma diminuição, poderá existir a diminuição da testosterona.
Em 2020, o American College of Physicians recomendou que os médicos considerassem iniciar o tratamento com a reposição de testosterona em homens com disfunção sexual que desejam melhorar sua função sexual, mas apenas após explicar os riscos e benefícios.
O acompanhamento de um especialista é fundamental porque a reposição hormonal é contraindicada para homens com suspeita de câncer de próstata ou de mama masculina. Em contrapartida, quando bem indicado, o tratamento proporciona melhora na libido, perda de peso, aumento de massa muscular e densidade óssea.
Um estilo de vida saudável também é importante para o reduzir os sintomas da andropausa. Uma dieta equilibrada, exercícios físicos regulares, uma boa qualidade de sono, o controle do peso, além de evitar o cigarro e o álcool são recomendações para retardar ou impedir a redução da testosterona.
Acabou a menstruação
Mais conhecida do que a andropausa menopausa representa a última menstruação e o fim do período reprodutivo da mulher. Ou seja, entrar na menopausa significa que a mulher esgotou o seu estoque de óvulos, que foram liberados pelos seus ovários mês a mês, desde a puberdade.
Essa fase começa com o climatério, por volta dos 45 anos, quando os hormônios femininos deixam de ser fabricados e os ciclos menstruais ficam irregulares.
Nesta fase crítica, a mulher sofre transformações físicas e emocionais, com vários sintomas. Os mais comuns são fogachos (ondas de calor), insônia, palpitações, diminuição da libido e da capacidade de concentração, secura vaginal que causa dor ou desconforto nas relações sexuais e mal-estar geral.
Lidando com a menopausa
Mas a menopausa não é o fim da vida sexual de uma mulher. Lubrificantes e hidratantes íntimos ajudam a diminuir a secura durante o sexo. O consumo de mais água também é recomendado, já que a constante hidratação ajuda a diminuir a frequência dos fogachos, além de reduzir a secura vaginal.
Assim como para homens na meia-idade, a prática regular de exercícios físicos, responsáveis pela produção da serotonina, o hormônio ligado à felicidade, também é indicada.
O tratamento médico mais comum é a terapia de reposição hormonal personalizada, mas ela só pode ser prescrita por médicos. Há mulheres que têm contraindicações para a reposição hormonal e isso só pode ser analisado com a ajuda de um especialista.
