É preciso saber que a Doença de Peyronie pode afetar não só a anatomia do pênis e as relações sexuais, mas também o psicológico e exige tratamento especializado
Você sabe o que é Doença de Peyronie? É muito importante conhecer mais sobre o assunto para evitar o surgimento desta incômoda deformidade peniana, que acomete principalmente quem tem mais de 50 anos.
A Sociedade Brasileira de Urologia define o que é Doença de Peyronie como “curvatura anômala do pênis, geralmente secundária a trauma local”.
A enfermidade, no entanto, é bem mais complexa que isso.
De fato, a doença deixa o pênis torto, mas também pode afinar, diminuir tamanho e desenvolver disfunção erétil devido a traumas no membro, principalmente quando o sexo é praticado com ereções de baixa qualidade. Felizmente, há uma série de tratamentos que podem auxiliar o paciente a recuperar uma vida sexual após ser acometido por ela.
Entenda tudo sobre a Doença de Peyronie a seguir:
O que causa a Doença de Peyronie?
Traumas e microtraumas no pênis são os responsáveis pelo surgimento da deformidade peniana adquirida.
Na maior parte dos casos, esses traumas se formam durante as relações sexuais nas quais o homem apresenta uma ereção de baixa qualidade ou estresse mecânico em um pênis ereto. Essas ereções podem estar associadas a fatores como avanço da idade, descontrole hormonal, cirurgias na próstata e a outras condições que alteram o fluxo sanguíneo.
Com uma ereção de má qualidade, dependendo da posição e do movimento na hora H, o pênis dobra.
Esse tipo de trauma costuma acontecer quando a parceira está por cima, sentada sobre o pênis, ou de quatro, pois o membro pode escapar com consequente impacto súbito e possível geração de estresse mecânico na membrana que reveste os corpos cavernosos, conhecida por “túnica albugínea”.
Essa é a principal condição que pode desencadear um processo inflamatório e/ou fibrótico.
O traumatismo peniano pode gerar uma placa de fibrose, com possibilidade de se transformar em curvatura, afinamento ou causar a perda de tamanho do pênis.
O que é placa de fibrose?
A placa de fibrose pode ser descrita como o desenvolvimento de nódulos dentro do pênis, que podem mudar a anatomia do órgão devido à perda de elasticidade dos tecidos.
Estudos dizem que em 60% dos casos o próprio paciente consegue identificar a fibrose apalpando o membro. Porém, para o correto diagnóstico, é preciso consultar um urologista.
As placas fibróticas podem ser encontradas superficialmente, na túnica albugínea (cartilagem peniana), ou dentro dos corpos cavernosos (estruturas eréteis do pênis),
de forma profunda, onde interfere na rigidez peniana durante a ereção.
Quais os sintomas da Doença de Peyronie?
A tortuosidade no pênis é percebida durante a ereção quando os tecidos estão completamente esticados. Geralmente é assim que os homens notam que algo não vai bem na região.
Além da curvatura – que pode evoluir com o tempo, passando de leve para acentuada – outro sintoma anatômico da doença é a diminuição, afinamento ou acinturamento do pênis.
O Peyronie também traz problemas para a vida sexual do paciente.
Ele passa a apresentar dificuldade em ter e/ou segurar a ereção na maior parte das relações sexuais (que, segundo estudos, configura um quadro de disfunção erétil em 20 a 54% dos casos), a/o parceira/o pode sentir dores ou desconforto durante a penetração e as posições e movimentos ficam restritos.
Muitos pacientes começam a manifestar transtornos mentais, como depressão, ansiedade e fobias, motivados pelo constrangimento da aparência do seu membro e do seu desempenho sexual.
Como é feita a cirurgia de Peyronie?
A cirurgia para tratar a Doença de Peyronie é indicada àqueles pacientes que já se submeteram a um tratamento clínico com supervisão médica, mas não tiveram resposta satisfatória.
Seu objetivo é recuperar a capacidade penetrativa do pênis, possibilitando aos homens uma melhor qualidade de vida.
A cirurgia realizada com a Técnica Egydio (Método ou Estratégia Geométrica), para expandir os tecidos do pênis, busca reconstruir o pênis, realizando incisões para expandir o tecido fibrótico, seja em um ou mais lados, até onde a vasos, nervos e a uretra permitem, deixando o pênis alinhado outra vez.
Em caso de necessidade, o procedimento pode também incluir a colocação de implantes penianos, que vão oferecer o complemento de rigidez vertical para melhorar a capacidade penetrativa e prevenir novas fibroses.
O procedimento cirúrgico, geralmente, é realizado em hospital com uma sedação para dormir e anestesia local. Em sua grande maioria, o paciente é liberado para ir para casa no mesmo dia.
Nos dias e meses seguintes após a operação, o paciente continua realizando acompanhamento com o especialista. Em cerca de 7-10 dias, dependendo do ramo de atividade e da evolução de cada caso, ele tem alta para voltar a trabalhar e, entre um e dois meses, já é possível fazer exercícios físicos e desfrutar de relações sexuais.
Como evitar Peyronie?
As visitas periódicas ao urologista são uma ótima maneira de evitar problemas na região peniana.
Além de avaliar se a firmeza do pênis do paciente é satisfatória ou não, o médico pode identificar outras condições de saúde que têm chances de acarretar no Peyronie, como o câncer de próstata quando necessita da cirurgia de prostatectomia radical.
Estar atento às posições e movimentos enquanto se pratica sexo é importante para evitar os traumas. Dê preferência a posições em que você está no controle.
No caso dos homens que já têm prótese peniana, o próprio implante serve como uma medida de precaução, uma vez que ele mantém o pênis firme, sem depender apenas dos corpos cavernosos, que são mais frágeis, para a sustentação.
Conhecendo o que é Doença de Peyronie, é possível não somente evitá-la, mas também identificá-la e tratá-la.
Conte com um médico dedicado às questões de saúde sexual masculina para tal.
