Quando o tratamento clínico não funcionar, a cirurgia para a correção da Doença de Peyronie pode ser considerada.
No livro Peyronie ‘s Disease, no qual o Dr. Paulo Egydio foi convidado a escrever um capítulo, os dados revelados apontam que aproximadamente 10% dos homens adultos desenvolverão a deformidade no pênis.
A doença pode causar deformidade peniana caracterizada por curvatura, afinamento e/ou diminuição do tamanho do pênis. Sintomas depressivos, problemas de autoestima, crises emocionais e problemas de relacionamento costumam ser comuns, apontam estudos, agravando a situação do paciente.
Os tratamentos são variados: os menos invasivos, incluem desde tratamento medicamentoso, com comprimidos e/ou injeções, até terapias com ondas de choque, bomba peniana, entre outros.
Existe uma variedade de tratamentos não cirúrgicos que ajudam a estabilizar a doença. Caso estabilize em uma deformidade que não atrapalha a funcionalidade do pênis, o paciente pode conviver com o problema.
Como a doença pode ser progressiva, ou seja, ao longo do tempo surgir novas fibroses, a deformidade poderá piorar e vir à necessitar uma cirurgia quando o pênis deixar de ser funcional, isto é, o paciente passa a ter dificuldade de penetração e/ou o pênis escapa com facilidade. É o que concluiu estudo publicado pelo Asian Journal of Andrology.
Como parte dos casos pode exigir cirurgia para a Doença de Peyronie, vale a pena entender quais as principais técnicas e abordagens.
Mas lembre-se: o tratamento cirúrgico para Peyronie deve ser realizado a partir de exames e diagnóstico de um especialista experiente.
Doença de Peyronie – tratamento cirúrgico
Caso o paciente não responda satisfatoriamente a outras abordagens, a cirurgia para a Doença de Peyronie surge como alternativa e existem vários tipos de cirurgia.
Conheça as diferentes técnicas para tratamento de Peyronie.
Desde que foi utilizada a técnica de Nesbit, pela primeira vez, em 1965, o tratamento da curvatura peniana vem incorporando avanços e novas intervenções, a partir do constante aperfeiçoamento dos padrões tradicionais.
Nesse sentido, desde 1998, o Dr. Paulo Egydio, urologista, publicou uma estratégia que visa expandir os tecidos com incisões geometricamente definidas para aplicar uma maior precisão na correção das fibroses.
A decisão da melhor técnica para correção de curvatura peniana é complexa, uma vez que existem tantas possibilidades que necessitam de um olhar individualizado.
As técnicas atualmente disponíveis podem ser divididas da seguinte maneira:



“É possível alongar a haste peniana até o limite dos nervos, vasos e uretra. A abordagem cirúrgica, independente da técnica escolhida, será limitada por essas estruturas anatômicas.”, explica o Dr. Paulo.
No caso da curvatura adquirida, em que o pênis foi entortando com o tempo, existem possibilidades maiores de se alongar o pênis, visto que os nervos tem menor probabilidade de retração. “Já a curvatura congênita apresenta limitações para atingir o seu tamanho máximo”, pontua o Dr. Paulo.
Qual é a técnica mais indicada para o seu caso?
A tomada de decisão da técnica mais indicada para cada paciente é uma mistura de ciência, arte e intuição. Vamos entender mais sobre isso:
Ciência
A ciência envolve os princípios geométricos para adequação do cilindro peniano, tanto para o encurtamento quanto para o alongamento, para permitir o alinhamento do cilindro do pênis e oferecer sua funcionalidade, visando recuperar uma função perdida. Esses princípios geométricos foram assunto da tese de doutoramento do Dr. Paulo Egydio na faculdade de medicina da Universidade de São Paulo no ano 2000. Os conceitos já obtiveram até mesmo patentes na correção da deformidade peniana nos Estados Unidos e Europa.
Arte
A arte combina a aplicação da ciência dos princípios geométricos descritos acima nas diversas variáveis de diferentes cilindros penianos, que inclui a relação tamanho e calibre do pênis, o local e o grau da curvatura, o tamanho do membro, presença de placa calcificada, alteração de fluxo sanguíneo, entre outras. Em função dessas variáveis, a aplicação dos princípios geométricos para cada paciente envolve não só o conhecimento matemático, como também, a arte de se aplica-los individualmente para cada caso. Isso permite definir uma estratégia individualizada no sentido de se fazer uma incisão única, ou múltiplas, verticais, horizontais, usar enxertos, usar selantes, fios cirúrgicos e portanto, definir a melhor estratégia no pré-operatório, por meio da história clínica do paciente, do teste de ereção, da ultrassonografia com doppler e do teste de rigidez vertical.
Intuição
Intuição é a capacidade do médico de tomar decisões espontâneas na hora da cirurgia com base na curvatura peniana, constrição do eixo, perda de tamanho e circunferência, calcificação e do limite dos nervos, vasos e uretra.
Essa estratégia de envolver todos esses conceitos, princípios e experiência, aplicados individualmente para cada caso é a essência na busca de se obter uma boa tomada de decisão e visando obter o melhor resultado cirúrgico.
A visita a um especialista, experiente, aliada à seleção e avaliação criteriosa do melhor aconselhamento é fundamental. Vale lembrar: ao escolher o tratamento cirúrgico, pacientes e médicos devem estabelecer expectativas realistas para o pós-operatório. Como a Doença de Peyronie acontece em duas fases – crônica e aguda – quanto mais cedo buscar orientação, melhor para sua saúde.
Compartilhar com o urologista as suas questões sobre impotência sexual ou disfunção erétil é fundamental para receber o tratamento adequado e, ainda, retomar a saúde sexual.